Meio ambiente e sindicalismo

Os efeitos dos desastres ambientais causados pelo aquecimento global afetam muito mais a classe trabalhadora do que as classes abastadas, que têm condições de se proteger melhor, já que moram em lugares mais seguros e possuem recursos para enfrentar eventuais adversidades no local de moradia ou trabalho. 

A tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul atesta essa realidade, mesmo diante do enorme esforço do governo federal para mitigar os efeitos da catástrofe. O movimento sindical teve papel importante nesse processo, liderando campanhas de solidariedade que arrecadaram dezenas de toneladas em roupas, alimentos, água potável, produtos de higiene e limpeza. Também se mobilizou para arrecadar dinheiro e proteger os empregos dos trabalhadores e trabalhadoras vitimados pelas chuvas.

Acontecimentos como o ocorrido no Sul do Brasil apontam para a necessidade de acelerarmos o processo de transição voltado à economia de baixo carbono, substituindo combustíveis fósseis por fontes renováveis de energia. Além de políticas públicas que consigam implementar as metas de combate à desigualdade. Esse processo precisa ser conduzido e debatido com amplos setores da sociedade, incluindo o movimento sindical. Essas ações devem estar alinhadas com a agenda 2030 para um desenvolvimento sustentável que inclui a erradicação da pobreza; educação de qualidade; saneamento básico universal; entre outros pontos de combate à desigualdade social.

O movimento sindical precisa estar presente nesse amplo processo de negociação para uma “transição justa”, a fim de garantir que os trabalhadores tenham salários e condições dignas de trabalho. Para isso é importante discutir a qualificação e requalificação profissional; saúde e segurança no trabalho; proteção dos empregos; o fortalecimento dos sindicatos e do processo de negociação coletiva. Não teremos desenvolvimento sustentável sem a participação ativa da sociedade organizada, que tem no movimento sindical um dos seus grandes pilares.

Departamento de Formação