Mover vai obrigar empresas a aumentarem índice de reciclagem dos carros
Especialistas dizem que preocupação com descarbonização vai aumentar até 2027, quando medição “do berço ao túmulo” entrará em vigor
O programa Mover vai estimular as empresas a pensarem em alternativas para aumentar o índice de reciclagem dos carros. É o que pensa Bruno Portella, coordenador de prospecção e oportunidades do Fundep (Fundação de Apoio da UFMG).
“O Mover vai trazer uma análise bem mais abrangente, que vai preconizar a descarbonização. Como a partir de 2027 a tendência é que a medição das emissões de carbono seja avaliada do berço ao túmulo, naturalmente começaremos a avaliar o que fazer em relação à reciclabilidade do veículo após o fim de sua vida útil”, disse Bruno durante a Semana de Sustentabilidade, evento realizado pela Basf.
Portella crê que o novo sistema vai obrigar as empresas fornecedoras de matérias-primas e fabricantes de autopeças a pensarem em alternativas para reduzir a pegada de carbono. Pedro Zandonadi, consultor de marketing de materiais de performance da Basf, revelou que a empresa já pensa em soluções neste sentido. O porta-voz da Basf admitiu que pensar na reciclagem de componentes representará um custo adicional para todas as partes envolvidas no processo de fabricação do carro.
Apesar da preocupação com o assunto, Zandonadi ressaltou que ainda é cedo para tomar qualquer decisão, até porque caberá às fabricantes dos veículos pensarem em como reciclá-los. “A responsabilidade final de vida (do automóvel) é das montadoras. O que o programa diz é que o veículo precisa ser reciclável, mas acredito que ainda não há uma porcentagem definida”, disse.
Do Automotive Business