Autopeças pedem rigor na fiscalização de itens importados
Sindipeças diz que conjuntos importados com vantagem tarifária às vezes embutem peças que poderiam ser compradas no Brasil
A mobilização de montadoras pela antecipação da cobrança da alíquota máxima de Imposto de Importação sobre carros elétricos e híbridos ganhou reforço esta semana. Representantes da indústria de autopeças foram levar a preocupação a Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. As autopeças pedem a criação de mecanismos para evitar a entrada pelo regime ex-tarifário, de impostos reduzidos, de componentes que já são produzidos no Brasil.
O regime de ex-tarifário prevê redução temporária do Imposto de Importação para produtos sem similar no país. Mas, segundo o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes (Sindipeças), Claudio Sahad, se a importação envolve um conjunto de peças, por exemplo, não há hoje como verificar se todos os itens que fazem parte daquele conjunto não podem ser comprados no país. O Sindipeças ofereceu ao governo suporte para esse tipo de ação.
Segundo Sahad, a quantidade de itens do setor na lista dos ex-tarifários saiu de 100, em 2010, para 3 mil em 2021 e, hoje, está em 8,5 mil. O setor defende, ainda, prazo para os produtos serem contemplados pelo ex-tarifário. “Somente colocando prazos vamos conseguir estimular o desenvolvimento e produção no país”, diz.
O dirigente diz que o setor espera que, com o tempo, as fábricas de marcas chinesas que anunciaram planos de produzir no Brasil, como é o caso da BYD e GWM, nacionalizem a produção. Inicialmente, os veículos serão montados com kits de peças trazidos da China. “Podemos atrair fabricantes de baterias, principalmente para os híbridos que serão fabricados no Brasil.”
Do Valor Econômico