Montadoras atrelam produção do ano à retomada do imposto de importação

Indústria calcula como difícil alcançar volume projetado para 2024 sem a antecipação da tarifa máxima sobre os importados

Como de costume, a Anfavea, a associação que representa as montadoras de veículos no país, revisou em junho as projeções de vendas, produção e exportações para o ano. O novo panorama apresentado pela entidade mostra um arrefecimento nas linhas de montagem. Em janeiro, a Anfavea projetou produção para o ano 6,1% maior do que em 2023. Na revisão de junho, no entanto, a projeção foi reduzida para 4,9%.

De acordo com o presidente da entidade, Marcio de Lima Leite, a redução se deu por causa de dois fatores, ambos já conhecidos pelo mercado – e pelos leitores. O primeiro é a queda livre nas exportações. Com a presença menor de veículos brasileiros nos mercados vizinhos, também é menor o fluxo produtivo, cada vez mais voltado para atender a demanda doméstica. O quadro negativo nos embarques, inclusive, deverá ser visto até o fim do ano.

Se em janeiro a Anfavea projetava aumento de 0,7% nas exportações, a previsão revisada de junho aponta para queda de 21%. “Se o nível de exportação visto no primeiro semestre do ano passado tivesse se mantido neste ano, teríamos produzido cerca de 11 mil veículos a mais”, disse o presidente da Anfavea na quinta-feira, 4. O segundo fator, seguiu Leite, são as importações de veículos.

Assim como fez em meses anteriores, o presidente voltou a citar a chegada de veículos estrangeiros ao mercado como um entrave que impede a indústria local de produzir mais veículos. “Nossa projeção de produção para o ano considera um cenário no qual houve antecipação do imposto de importação. Se não ocorrer isso, a produção do ano será ainda menor, com risco de paralisação de linhas”, contou o presidente da Anfavea.

Do Automotive Business