O crescimento dos carros elétricos chineses e as respostas do mercado global

Carros elétricos e a indústria automotiva chinesa têm sido pauta de diversas rodas de conversa, seja na casa dos brasileiros, seja no conselho de administração de grandes empresas do setor automobilístico ao longo de 2024. Entre janeiro e abril de 2024, os carros elétricos puros e híbridos importados pelo Brasil, oriundos da China, somaram 88,32 mil unidades, tornando o Brasil maior o destino desse tipo de veículo.

Para se ter uma ideia da dimensão, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o total de automóveis emplacados nos primeiros quatro meses de 2024 foi de 541.047. Falando só de eletrificados (híbridos e 100% elétricos), tivemos o emplacamento de 64,8 mil unidades entre janeiro e maio. Todo esse movimento caminha em paralelo com o aumento de tarifas de importação pelo mundo contra os carros produzidos no país asiático.

A União Europeia, após uma investigação sobre subsídios no setor, notificou as montadoras chinesas dizendo que vai impor tarifas adicionais de até 48% sobre os carros elétricos importados da China a partir de julho. Assim como no Brasil, os veículos elétricos chineses têm avançado no mercado europeu em meio a uma guerra de preços doméstica. Estima-se que, com as tarifas, as importações chinesas reduzam 25%, totalizando um valor de aproximadamente R$ 21 bilhões .

Já nos Estados Unidos, a medida é ainda mais radical. Em ano de eleição e temendo a perda da hegemonia do mercado automotivo, o governo Biden impôs uma alíquota de 100% sobre os carros elétricos chineses. Antes do aumento, a taxação era de 25% sobre o valor do produto. As baterias e outros componentes também passarão por um aumento de alíquotas. No Brasil, o aumento do imposto de importação foi anunciado em novembro de 2023, com o primeiro aumento já em janeiro de 2024. Em suma, as reações das principais economias mundiais, como União Europeia, Estados Unidos e Brasil, demonstram uma tentativa de proteger suas indústrias locais e equilibrar as relações comerciais com a China.

Do Automotive Business / Jordão Luís Novaes Oliveira