Amanhecer Cinzento

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Foto: Divulgação

As queimadas chegaram a São Paulo. Com a chamada “tempestade perfeita” entre uma grande seca e as queimadas criminosas amplamente denunciadas, alguns dias atrás “escureceu o dia” no planalto central, com ampla propaganda de Brasília e Ribeirão Preto.

Segunda, 9, e terça, 10, a qualidade do ar de toda a Grande São Paulo (inclusive ABC) esteve muito ruim ou péssima, os piores indicativos, segundo a CETESB e o IQAir (plataforma internacional de controle de qualidade do ar). E não é só isso.

O nível de material particulado PM2.5 na última terça chegou a 9,6 vezes acima do limite aceitável. PM10 é o índice para material particulado menores que 10 micrômetros, que são inalados (passam pelo filtro do nariz e atingem os pulmões). PM2.5 é quatro vezes menor, atinge facilmente os alvéolos pulmonares, fora a porção engolida com a saliva que vai para o estômago.

Estudos indicam que estas partículas finas pioram condições médicas como asma e doenças cardíacas. O simples aumento, nos níveis atuais, causa alta no número de internações, entradas em pronto socorro e mortes por doenças respiratórias e cardíacas.

No primeiro mundo, preconizam-se nesses casos filtragem com filtros HEPA do ar dentro dos cômodos. Purificadores de ar para uso doméstico no Brasil está fácil: ou funciona (tem filtro HEPA) e é caro (mais de mil reais) ou é “umidificador”, “ionizador” ou “ozonizador”, que não funcionam.

E, quando você estiver na rua, a única coisa que funciona são as máscaras KN95/FFP2, aquelas caras que na pandemia os trabalhadores da saúde usavam. Ao menos está fácil comprar, em volume saem poucos reais e algumas podem ser usadas mais de um dia.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente