“Toda decisão que o trabalhador toma fora da fábrica afeta a vida dele dentro da fábrica”

A escolha de vereadores e prefeitos pode ter impacto direto no mundo do trabalho, exemplos recentes são as aprovações das reformas Trabalhista e da Previdência

Para alguns eleitores menos atentos, a responsabilidade de eleger um vereador, vereadora, prefeito ou prefeita pode parecer pequena se comparada às eleições federais. Ocorre que o vereador é a principal ligação entre o governo e o povo, por isso é essencial que o candidato escolhido esteja comprometido com as pautas da classe trabalhadora. Da mesma forma, o prefeito ou prefeita que é quem vai administrar a cidade baseado em suas convicções políticas, econômicas e sociais.

Foto: Adonis Guerra

 “Há uma correlação muito importante com o golpe em 2016 apoiado pelos patrões da Fiesp. Não podia dar em outra coisa do que a Reforma Trabalhista e depois a Reforma da Previdência. Quando um patrão ou uma entidade patronal apoiam um candidato, isso não vai ser bom para trabalhador. O trabalhador tem que estar de olho aberto. Nessas eleições de 2024, isso faz todo o sentido. O que define determinado candidato são as propostas dele, se está atendendo ao interesse do trabalhador ou se está atendendo ao interesse do patrão. Então, as pessoas têm que ter muita capacidade de observar, analisar e escolher seu voto com muita consciência”.

Erick Silva

Presidente da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT)

Foto: Adonis Guerra

“Nessas eleições estão colocados apenas dois projetos: aquele que defende os direitos da classe trabalhadora e aquele que defende os privilégios dos patrões. Por isso, é fundamental que os trabalhadores escolham candidatos que os defendam. Por mais que a luta dentro das fábricas, nas nossas bases, consiga conquistar acordos coletivos com a manutenção de direitos, são as leis propostas pela classe política que definem se estaremos em situação melhor ou pior para negociar. Como, por exemplo, a Reforma da Previdência que praticamente excluiu os trabalhadores do acesso à aposentadoria. Ou a própria Reforma Trabalhista, que tentou enfraquecer os sindicatos e permitiu a terceirização da atividade-fim. A classe trabalhadora precisa dar uma reposta a todos esses ataques e eleger quem está ao nosso lado”.

Marlon Augusto Silva

Coordenador-geral da representação na Volks

Foto: Adonis Guerra

 “Sempre reforçarmos que toda decisão que o trabalhador toma fora da fábrica afeta a vida dele dentro da fábrica. Porque quando você vota em um vereador de direita, está aumentando a base para um deputado de direita ganhar e propor leis que vão contra os nossos direitos trabalhistas. Eu explico muito na fábrica que criaram uma lógica que político é tudo igual para induzir o voto errado, e muita gente caiu nessa conversa. Daí o cara vota em qualquer um, achando que nada vai ter repercussão. Estamos fazendo esse debate nas empresas, é muito difícil, mas toda vez que a gente conversa traz resultado, porque passam a entender que o voto fora da fábrica afeta o trabalho dele aqui dentro”.

Amarildo Marques de Souza

 Coordenador da representação na Mercedes

Foto: Adonis Guerra

 “É importante a conscientização da companheirada para votar em candidatos que tenham o compromisso com os interesses dos trabalhadores. Candidatos que não têm compromisso conosco podem trazer um impacto extremamente negativo para nossa região como já aconteceu de empresas importantes fecharem as portas aqui no ABC e os representantes do poder público simplesmente cruzarem os braços. Outros exemplos negativos foram a Reforma Trabalhista que retirou vários direitos adquiridos ao longo dos anos com muita luta, sem contar a perversa Reforma da Previdência que praticamente retira a possibilidade de aposentadoria dos trabalhadores”.

Francisco Souza dos Santos, o Maicon

Coordenador da representação na Scania