Para ABVE, consumidor pagará a conta caso haja mudança de regras para veículos eletrificados

Presidente da entidade, Ricardo Bastos diz estar seguro de que governo federal vai manter cronograma de aumento do imposto de importação para elétricos e híbridos até 2026

Durante o painel dos CEOs, que encerrou o Automotive Business Experience 2024 – #ABX24, cinco CEOs de montadoras e o presidente da Anfavea debateram como a mudança da tão defendida previsibilidade no setor pode afetar a competitividade. Do lado de fora, a ABVE, que representa os interesses dos veículos eletrificados, criticou no mesmo tom.

Em meio a discussões sobre transição energética e a necessidade de aumentar a localização de componentes durante o debate final do #ABX24, o crescimento das importações, sobretudo dos veículos chineses, preocupa a Anfavea. O presidente da entidade, Marcio de Lima Leite, já faz meses que defende um aumento imediato do imposto de importação (que só chegaria a 35% em 2026) diante de um alto volume de carros entrando no Brasil, gerando aumento expressivo de estoques e com repercussões no mercado.

Único representante da nova safra de chineses neste painel, Diego Fernandes, COO da GWM, disse que qualquer mudança nas regras fere a previsibilidade. Leite retrucou: “Quando essa regra foi feita, nós não tínhamos 80 mil veículos em estoque como nós temos hoje de importados. Então, o Brasil precisa reagir para preservar 1 milhão e 200 mil empregos e R$ 130 bilhões de investimentos.”

Do “lado de fora”, a ABVE entende que a chegada de novas tecnologias transforma o mercado. Como consequência, montadoras focadas em motores de combustão tiveram de reduzir preços. “Regras claras e transparência, é isso que a gente sempre defende, previsibilidade”, afirmou Ricardo Bastos, presidente da ABVE.  Para o executivo, uma eventual antecipação do imposto ou cobrança acima do que já foi decidido e elevação do preço dos eletrificados vai impactar o cliente final. “Os veículos a combustão vão subir também, pode ter certeza disso. Quem pagará a conta será o consumidor.”

Do Automotive Business