Sindicato fortalece luta na 21ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo

Fim do genocídio negro e jornada 6x1 foram destaques no ato, na Avenida Paulista, dia 20, com a participação do movimento negro, parlamentares e sociedade civil

Foto: Divulgação

Os Metalúrgicos do ABC participaram na quarta-feira, 20, da 21ª Marcha da Consciência Negra, na Avenida Paulista, sob o mote “Palmares de pé, racismo no chão. Zumbi e Dandara vivem em nós!”. A manifestação reuniu organizações do movimento negro, a CUT-SP, sindicatos, parlamentares e sociedade civil para reivindicar pautas fundamentais para a população negra, além de manifestações culturais.

O coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC, Clayton Willian, o Ronaldinho, destacou a importância da consolidação do feriado e criticou a violência policial contra negros e negras, ainda tão presente no estado de São Paulo. “Ainda vemos uma política muito agressiva à população negra e isso nos preocupa. As prisões e as mortes ainda têm cor e precisamos superar isso como sociedade”.

A coordenadora das Comissões, Andrea de Sousa, a Nega, chamou atenção às muitas lutas das mulheres. “Nós, mulheres pretas, somos a base sociedade e, infelizmente, com os menores salários, sem perspectiva de ascensão na carreira. Por isso, o papel da Comissão é tão importante. Temos que valorizar o nosso povo e mostrar o quanto somos capazes na nossa categoria”.

“Estamos também em um momento em que podemos viver a beleza da nossa raça como algo bonito. Neste 20 de novembro, continuamos com os nossos cabelos, nossas tranças e o nosso colorismo, só não podemos esquecer o que somos: seres humanos e querermos viver!”, disse Nega.

Luta

Dentre os temas discutidos que ganharam destaque no ato estão o fim da escala de trabalho 6×1 e a garantia de direitos das mulheres negras. A promulgação do 20 de novembro como feriado nacional pela primeira vez também foi celebrada pelos participantes. O fim da violência de Estado contra a população negra também foi bandeira de luta. Segundo estudo divulgado pela Rede de Observatórios de Segurança, 4.025 pessoas foram mortas por policiais no país em 2023. Deste número, 3.169 desses casos foram disponibilizados informações de raça e cor: 2.782 das vítimas eram pessoas negras, o que representa 87,8%.