Fator China’ reduz produção de veículos na Europa e promove mudanças nas montadoras
Desempenho menor no país asiático já leva empresas europeias e seus fornecedores a cortarem custos e funcionários
Nas últimas semanas uma série de empresas do setor automotivo na Europa anunciaram algum tipo de reestruturação. Seja reduzindo o quadro de funcionários, o ritmo de produção ou os dois ao mesmo tempo. Elas alegam em seus comunicados oficiais que as medidas de austeridade se dão em momento complicado nas vendas no continente e na China. Além de uma concorrência cada vez se mostrando mais desparelha com rivais chineses.
Essa espécie de colapso no qual entrou a indústria europeia de veículos pode ser considerada fruto de um processo de estrangulamento do mercado chinês. O que ocorre atualmente por meio da imposição de tarifas mais altas de imposto de importação. “A redução do ritmo de vendas na China afeta mais as marcas não chinesas, visto que a ‘guerra de preços’ que vem acontecendo reflete mais a lucratividade das estrangeiras do que as das marcas chinesas”, diz o consultor David Wong, da Alvarez & Marsal.
“Desde que se começou a falar em tributação, as empresas europeias com operação na China passaram a vender menos na região. Reduzindo as vendas, se reduz também a produção dessas empresas na Europa, nas fábricas que abastecem a Ásia”, completa. O Grupo Volkswagen é um dos mais afetados pela queda nas vendas na China por conta do tamanho da sua operação no país. A General Motors, por sua vez, espera que a sua reestruturação promovida na China custe mais de US$ 5 bilhões em encargos ligados a fechamentos de fábricas no país, cuja operação local é feita em parceria com a Saic.
A questão chinesa, no entanto, não é o único fator que contribuem para que montadoras e sistemistas europeus venham anunciando cortes. A oferta de algumas delas na China ainda é composta por modelos a combustão. O que, de certa forma, cria um cenário complicado no país que é considerado uma espécie de meca dos veículos eletrificados. Outro fator: as vendas na própria Europa não estão lá essas coisas com o fim dos subsídios que os principais países do continente concediam aos consumidores de modelos elétricos.
Do Automotive Business