Autopeças e etanol têm salvaguardas no acordo Mercosul-UE

O setor automotivo do Mercosul ganhou mais tempo para eliminar as tarifas e abrir o mercado à União Europeia

O MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, divulgou nesta terça-feira, 10, um amplo material detalhando o acordo de parceria entre Mercosul e União Europeia. Dentre os itens de importância para o setor automotivo, além dos automóveis em si, também estão contemplados as autopeças e o etanol. A União Europeia se comprometeu, no contexto industrial, a eliminar 100% de suas tarifas em até 10 anos, com cerca de 80% das linhas tarifárias liberalizadas já na entrada em vigor do acordo.

Isso beneficiará diretamente exportadores de bens de alta complexidade tecnológica, como máquinas e autopeças, setores em que o Brasil busca ampliar sua participação no mercado global. No sentido contrário, as autopeças terão desgravação (retirada das tarifas) em prazos de 7 a 10 anos para proteger a produção no Mercosul durante o período de transição”, informa o MDIC.

Conforme já tinha sido divulgado, haverá prazos de até 30 anos para produtos sensíveis fabricados no Brasil e demais países do Mercosul, como veículos automotivos baseados em novas tecnologias. No âmbito do agronegócio, produtos como açúcar e etanol, fundamentais para o Brasil, também terão tratamento especial: o açúcar contará com uma cota inicial de 180 mil toneladas, enquanto o etanol terá 450 mil toneladas destinadas a usos industriais e 200 mil toneladas para outros usos com tarifas reduzidas progressivamente.

Em material divulgado pela Agência Brasil, destaca-se que o setor automotivo do Mercosul ganhou mais tempo para eliminar as tarifas e abrir o mercado à União Europeia. Pelo texto anterior, a retirada das tarifas levaria 15 anos após a entrada em vigor do acordo para todos os segmentos do setor automotivo. Agora, os fabricantes de veículos eletrificados terão 18 anos para fazer a desgravação. Para os veículos a hidrogênio, o prazo de eliminação das tarifas subiu para 25 anos, com seis anos de carência. No caso dos veículos produzidos com novas tecnologias, mesmo as não disponíveis comercialmente, o intervalo subiu para 30 anos, com seis anos de carência.

Do AutoIndústria