Elétricos chineses entopem portos do Brasil e indicam desafios

Montadoras enfrentam barreiras comerciais na União Europeia e EUA, e apostam no Brasil

Os portos brasileiros ficaram congestionados este ano com mais de 70 mil veículos elétricos chineses não vendidos, em um sinal de quão difícil está se tornando para que as montadoras chinesas mantenham níveis de crescimento robustos. Empresas como a BYD e a GWM têm ambições globais, e o Brasil se tornou um campo de provas crucial com outras grandes economias se voltando ao protecionismo. O país é o sexto maior mercado automotivo do mundo e o sucesso aqui pode contribuir com as perspectivas em toda a região.

Mas depois de tomar o segmento emergente de veículos elétricos do Brasil de assalto, as fabricantes chinesas estão enfrentando desafios crescentes. O excesso de carros nos portos decorre da tentativa de evitar novas alíquotas do imposto de importação. Os concorrentes nacionais responderam com opções eletrificadas adicionais e investimentos. E as taxas de crescimento de veículos elétricos no país estão desacelerando.

“A lua de mel acabou agora”, afirmou Alexander Seitz, presidente-executivo da Volkswagen na América do Sul, que vende carros no Brasil desde a década de 1950 e produz alguns dos modelos a combustão mais vendidos do país. A BYD é um caminho para ultrapassar US$ 100 bilhões em vendas de carros elétricos neste ano, e o Brasil é uma grande parte disso. É o maior mercado externo da empresa por uma ampla margem, enquanto enfrenta a resistência de governos nos EUA e na Europa.

Encontrar novos clientes que desejam comprar um veículo elétrico em um país que está apenas começando a construir redes de estações de recarga está se tornando mais difícil. Soma-se à isso a preocupação sobre a quilometragem que um carro elétrico pode ter com uma única carga, o Brasil é um país grande com grandes distâncias entre seus centros urbanos.

Da Folha de São Paulo