Por que países boicotam do mercado os carros chineses?
Estados Unidos propõe banir carros chineses argumentando que eles podem representar uma ameaça a segurança nacional
A China é um dos principais fabricantes de carros. Em 2023, eles representaram 63% das exportações totais. No mercado dos carros elétricos, os chineses conquistaram metade do mercado global neste ano, em que se destaca a empresa BYD. Mas a presença massiva dos carros chineses enfrenta resistência de outros países, o principal deles são os Estados Unidos. Em setembro deste ano, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos propôs uma proibição para hardware e software de fabricantes chinesas.
Os softwares ficariam banidos de forma efetiva a partir de 2027, e os hardwares a partir de 2030. Os motivos alegados pelo governo estão relacionados a preocupações com a segurança nacional. De acordo com os EUA, os softwares poderiam ser usados para manipulação e vigilância e ameaçam a privacidade do país e de seus cidadãos. Coleta, acesso e transmissão de dados em carros modernos chineses é uma realidade, mas o mesmo ocorre em automóveis de outras partes do mundo.
Já existem casos de agentes que não são os proprietários do veículo controlando o carro por meio de acesso a dados. Outro motivo para o banimento de veículos chineses é evitar a competição com empresas nacionais. A Aliança para Inovação de Automotivos, representantes do setor nos Estados Unidos, afirma que a competitividade da indústria automotiva do país pode ficar prejudicada com a entrada de carros chineses. No Brasil, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), por exemplo, solicitou a recomposição imediata de 35% de alíquota para carros elétricos e, assim, reforçar a produção brasileira de veículos.
A Europa também tomou medidas para cobrar tarifas mais altas aos automóveis elétricos fabricados na China por considerarem a competição com esses produtos injusta. A Comissão Europeia conduziu uma investigação de oito meses e concluiu que as companhias produzindo carros elétricos chineses contavam com bastante ajuda do governo. Isso os ajuda a ter preços mais baixos em comparação com rivais europeus. A China, por sua vez, diz que as medidas são protecionistas e injustas.
Do Olhar Digital