Engenharia da Ford persiste e segue crescendo no Brasil
Quando a notícia de que a Ford deixaria de desenvolver carros compactos e sedãs para focar em SUVs e picapes chegou ao Centro de Desenvolvimento da Bahia, onde ainda eram produzidos Fiesta e EcoSport, o diretor Alexandre Machado se preocupou: ele sabia da capacidade dos novecentos engenheiros empregados no Brasil de colaborar e liderar projetos globais. Mas como a expertise local eram justamente os segmentos dos quais a companhia estava se retirando a estrutura corria risco.
E era uma estrutura que não se limitava aos portões da fábrica de Camaçari, BA. A Ford liderou uma revolução automobilística e industrial na Bahia, formando alianças com órgãos como o Senai e ajudando a levantar projetos como o Cimatec, um grande polo de conhecimento e formação de inteligência industrial. Todo este histórico e a competência da engenharia local foram apresentados à matriz para que fosse mantida a área no Brasil. Pouco depois veio a notícia de que as fábricas locais seriam fechadas, mas a engenharia persistiu.
Hoje são 1,5 mil engenheiros e faturamento de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões por ano, trabalhando em carros fabricados em outras localidades. Expertise em desenvolvimento de software e liderança de projetos de motores globais, o 3.0 V6 diesel que equipa a Ranger, a família de 2,3 litros e 3 litros a gasolina e o motor 1,5 litro a gasolina. E, antes de falar da estrutura desta nova etapa da Ford no Brasil é preciso explicar o que é o Cimatec Park, instituição que se tornou referência em formação, pesquisa e desenvolvimento industrial e que faz parte do Sistema Fieb, Federação das Indústrias do Estado da Bahia.
É um grande complexo tecnológico que atenderá a diversos segmentos industriais, como automotivo, aeroespacial, eólico, mecânico, farmacêutico. O Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford opera no Cimatec Park desde 2002 e é um dos nove mantidos pela companhia no mundo. Ali, especialmente, são desenvolvidos softwares e soluções para motores a combustão. Os 1,5 mil profissionais no Brasil dedicam 85% do tempo a projetos globais.
Da AutoData