Investigação de Dumping requer avaliação de ganhos de eficiência e produtividade, diz ABVE
Após a Anfavea confirmar que está realizando estudos que irão averiguar práticas de dumping por parte de montadoras chinesas que apenas comercializam veículos importados no Brasil a ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico, por meio de seu presidente, Ricardo Bastos, assinalou que, antes de mais nada, é preciso verificar se o pedido estará focado em veículos eletrificados.
Caso isto ocorra, segundo ele, estará limitado ao início da produção local por parte da GWM, empresa na qual é diretor de assuntos institucionais, prevista para o 1º semestre, e por parte da BYD, esperada para o segundo semestre de 2025.“De qualquer maneira, e antes de mais nada, este é um debate que precisa ser feito avaliando os ganhos de eficiência e produtividade, em um comparativo de veículos eletrificados e a combustão. Não se pode acusar de dumping sem uma análise mais profunda antes.”
Bastos avaliou que o que mais incomoda as montadoras tradicionais, representadas pela Anfavea, é a questão comercial, da mesma maneira como aconteceu com relação ao pleito para acelerar a recomposição do imposto de importação para 35%, esperada para julho de 2026, “e o governo entendeu que não havia a necessidade de acelerar o processo e o manteve”. Em julho a alíquota para híbridos subirá de 25% para 30%, para híbridos plug-in de 20% para 28% e para elétricos de 18% para 25%.
Um dos pontos levantados por ele é que um veículo elétrico utiliza um terço das peças de um veículo movido a motor de combustão interna. E que, se ainda tem um custo mais elevado, tende a baixar cada vez mais. “Anteriormente eram produzidos 1 milhão de veículos eletrificados ao passo que hoje são mais de 30 milhões por ano em todo o mundo. A tendência é que haja uma maior adesão conforme os preços forem diminuindo. O valor do lítio, por exemplo, despencou, segundo os produtores. Nós precisamos trazer esta discussão para o ponto de vista tecnológico.”
Da AutoData