Janeiro de 2025 foi o mais quente da história

Especialistas esperavam que com La Niña, temperatura fosse diminuir, mas isso não aconteceu. Sindicato alerta para os cuidados com a saúde do trabalhador e lembra que responsabilidade é de todos

O mês de janeiro deste ano foi o mais quente já registrado no mundo, segundo o observatório europeu, Copernicus.  Com o resultado, são 18 meses em que a temperatura é recorde. Janeiro superou pela primeira vez o 1,6°C, considerado limite seguro para o planeta. A causa é o aumento da emissão de gases do efeito estufa.

A expectativa de especialistas era outra, por conta da La Niña, fenômeno que resfria a água dos oceanos e tende a reduzir as temperaturas no planeta. No entanto, o fenômeno não foi suficiente para frear o calor, preocupando ainda mais os estudiosos do clima.

Além do calor excessivo, a população sofre com as chuvas, enchentes, inundações e tantos outros problemas decorrentes das mudanças climáticas. O vice-presidente do Sindicato, Carlos Caramelo, destacou a preocupação dos Metalúrgicos do ABC com o tema e lembrou que a responsabilidade é de todos.

Foto: Adonis Guerra

 “Combater as mudanças climáticas é uma responsabilidade de toda a população. De forma geral, o Sindicato tem muita preocupação com tema e vem acompanhando pautas como a transição energética, energia limpa e a produção de alimentos por meio da agricultura familiar. Nosso Sindicato também tem como compromisso e responsabilidade pensar no meio ambiente, pensar nas próximas gerações e pensar no nosso país e no planeta”.

Dentro das empresas

“Nosso departamento de saúde, em conjunto com os CSEs dialoga constantemente sobre esse tema, preocupado com o calor excessivo nas fábricas, sempre em busca de mecanismos para que as altas temperaturas não interferiram na saúde do trabalhador”, pontou o vice-presidente.

Ações conjuntas

“Por mais que hajam ações do governo federal de enfrentamento, é preciso o compromisso das entidades que atuam na área e dos gestores de estados e municípios. Os municípios, atores importantes nesse processo, por diversas vezes não cumprem o seu papel”.

O dirigente citou problemas de enchente nas grandes metrópoles e cobrou atuação mais assertiva de prefeitos. “O processo de chuva constante vem causando transtornos à população, a mesma que já sofre com a desigualdade social do país. O caso recente foi o do Jardim Pantanal, na zona lesta da cidade de São Paulo, onde o prefeito simplesmente mandou os moradores saírem de suas casas. O gestor público precisar entender o que ocorre no local, como foi consolidado, qual é o histórico para elaborar ações que possam sanar o problema. Como a criação de bolsões de água, investimento para que não haja tanta área impermeabilizada, criação de espaço com gramados, jardins e parques, criando assim um território de inclusão e de dignidade”.

Falta de compromisso internacional

Caramelo ressaltou ainda a postura do presidente do EUA. Em carta enviada para a Secretaria-Geral da ONU, o governo de Donald Trump anunciou ontem que está suspendendo o compromisso em destinar US$ 4 bilhões para financiar o fundo sobre mudanças climáticas na instituição.

“Quando se fala de enfrentamento às mudanças climáticas, é preciso ações de forma plural, internacionalizada. Isso para que não sejamos reféns de outros países que não cumprem ou que não têm responsabilidade com a pauta, como o caso recente dos EUA, que abandonam as questões climáticas, sendo que eles são um dos maiores poluidores do mundo”.