Anfavea manifesta “preocupação” com nova remessa de importados da BYD

Entidade lembra que ainda há mais de 40 mil carros trazidos de fora nos estoques

Na semana passada, o Explorer One, primeiro navio de uma projetada frota própria de oito embarcações da BYD destinada a exportações a partir da China, atracou no Espírito Santo com mais de 5,4 mil veículos a bordo. A operação não só ocupou boa parte dos gigantescos pátios do Portocel, em Aracruz, mas também encheu de preocupação as montadoras já instaladas no Brasil.

Tanto que Anfavea na Quarta-feira de Cinzas, 5, tratou de emitir nota manifestando “preocupação” com a segunda remessa de carros chineses a bordo do Explorer One — a primeira, com número semelhante de veículos, foi entregue em Pernambuco, em maio do ano passado. No texto, a entidade afirma que já os importadores, sobretudo a BYD, têm mais de 40 mil unidades importadas em estoque e reiterou a necessidade de que o Brasil adote a alíquota máxima de imposto de importação de forma imediata e não progressiva, como o previsto.

“Há cerca de um ano alertamos o governo federal sobre a necessidade de recompor imediatamente a alíquota de 35% de Imposto de Importação (II) para veículos híbridos e elétricos, na tentativa de evitar um desequilíbrio no comércio exterior que possa afetar ainda mais a produção, os investimentos e os empregos na cadeia automotiva brasileira”, recorda a entidade. Desde julho de 2024, veículos elétricos recolhem 18% de imposto de importação, os híbridos plug-in 20% e os híbridos fechados 25%.

A alíquota de 35% está prevista para ser adotada integralmente em meados do ano que vem. Segundo a Anfavea, a chegada maciça de veículos comprova que as atuais alíquotas “são insuficiente para evitar uma importação sem precedentes no Brasil”, tanto que mais de 120 mil veículos chineses entraram no País, o triplo do que em 2023. A Anfavea aproveitou a nota para alertar o governo também o aumento da participação das máquinas autopropulsadas importadas nas compras públicas.

Do AutoIndústria