Mulheres metalúrgicas unidas pela redução de jornada, igualdade e um futuro de esperança ocupam Avenida Paulista

Ato aconteceu em reflexão ao Dia Internacional das Mulheres, 8 de março. Luta reforça resistência às constantes violações e necessidade de melhores condições de vida e trabalho

Foto: Adonis Guerra

No último sábado, 8 de março, o Sindicato tomou a Avenida Paulista, junto à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos sociais pelo Dia Internacional das Mulheres, em uma manifestação em defesa de direitos essenciais à igualdade de gênero. Sob o lema ‘Ainda estamos aqui: mulheres na luta por igualdade de direitos, trabalho decente, fim da escala 6×1, justiça reprodutiva e climática e sem anistia para golpistas’, o ato celebrou as vitórias femininas, mas reforçou a resistência de todas diante das constantes violações e da necessidade de seguir batalhando por melhores condições de vida e trabalho. 

“A luta pelo fim da violência contra a mulher é um dos principais temas abordados no 8 de março e é fundamental compreender que todas as reivindicações das mulheres refletem algum tipo de violência. A busca pela igualdade salarial, por oportunidades justas e pela divisão equilibrada de responsabilidades são formas de combater diferentes violências. Quando as mulheres recebem salários menores que os homens ao exercerem a mesma função, sofrem violência econômica, que as coloca em uma posição de vulnerabilidade”, destacou a coordenadora da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC, Maria Zelia Vieira Viana.  

“Além disso, a ausência ou a baixa representatividade das mulheres em espaços de poder também configura uma forma de violência, pois limita suas vozes e impede que suas necessidades sejam priorizadas nas decisões tomadas. Contudo, esse cenário evidencia a existência de diversos tipos de violência – física, emocional, sexual, patrimonial e moral –, que precisam ser combatidos para garantir a dignidade e os direitos das mulheres não só durante o mês de março, mas o ano todo”, completou a CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Apis Delta, Cláudia Alexandra Rodrigues. 

Foto: Adonis Guerra

O evento reuniu cerca de 60 instituições, com concentração no Parque Trianon e caminhada até a Praça Oswaldo Cruz. Mulheres entoaram cantos e falas como “Se tem violência contra a mulher, a gente mete a colher”, e o pedido “Sem Anistia”, que reforça a necessidade de punição aos golpistas que atentaram contra a democracia em 8 de janeiro de 2023. A defesa do aborto legal e seguro, a taxação dos super-ricos, alimentos mais baratos e políticas eficazes de combate ao feminicídio também foram reivindicações colocadas durante o ato.