Sindicato defende nova ordem energética internacional e integração entre Brasil e América Latina pela indústria naval

Agendas aconteceram dias 27 e 31 de março. Secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT e CSE na Mercedes, Maicon Michael Vasconcelos, garantiu articulação de ambas ações

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Na última semana de março, o secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e membro do CSE na Mercedes, Maicon Michael Vasconcelos, participou de duas agendas em defesa da classe trabalhadora. No dia 27, integrou o seminário online do TUED (Trade Unions for Energy Democracy, leia-se em português ‘Sindicatos pela Democracia Energética’), que apresentou a síntese do encontro realizado em fevereiro na Cidade do México e o documento ‘Nova Ordem Energética Internacional’, com prioridades dos trabalhadores para uma transição energética justa.

O documento analisa as transformações no sistema energético global, marcadas por crises climáticas, tensões geopolíticas e avanços tecnológicos. Aponta que o atual modelo, centrado em combustíveis fósseis e na dependência de grandes potências, está esgotado.

“É a visão dos trabalhadores diante desse momento histórico. A transição energética não pode ser feita às custas do povo, mas com justiça social, emprego digno e soberania energética”, destacou Maicon. “A proposta vai além da substituição de fontes fósseis por renováveis. Defende uma nova governança energética com inclusão dos países do Sul Global”.

A América Latina é vista como estratégica por sua riqueza em recursos como lítio, cobre e potencial para energias limpas. O texto alerta para o risco de que a região continue sendo apenas fornecedora de matérias-primas. Para que isso não ocorra, defende-se investimentos em inovação, agregação de valor local e integração energética regional. “Além disso, há a proposta de um pacto energético internacional baseado na justiça climática, solidariedade entre os povos e respeito à soberania dos países”, disse.

Indústria naval

Já no dia 31, Maicon participou de reunião no Rio de Janeiro com uma delegação argentina, na sede da FUP (Federação Única dos Petroleiros). O encontro discutiu a retomada da indústria naval e a integração produtiva entre Brasil e América Latina, em articulação liderada pela CNM/CUT.

“É fundamental essa conversa não só pela integração produtiva da América Latina, mas pelo protagonismo dos trabalhadores nesse processo. Se não estivermos no centro do debate, serão apenas os capitalistas que decidirão, e isso significa menos emprego para todos nós”, afirmou. Segundo o dirigente, a articulação representa um passo importante rumo à integração produtiva e sindical latino-americana.