‘Tarifaço’ de Trump: setor automotivo mostra preocupação com aumento de importados da China e México

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) expressou preocupação com a nova dinâmica do mercado automotivo na América do Sul, em função do “tarifaço” impostos por Donald Trump aos parceiros comerciais dos Estados Unidos. Um dos principais efeitos é a redução no volume de exportação de veículos produzidos no México para o mercado norte-americano. A produção mexicana de 3,2 milhões de veículos para exportação direta aos EUA, segundo a Anfavea, deve ser reduzida nos próximos meses.

A entidade acredita que o excedente será direcionado para outros mercados, especialmente aqueles que possuem algum acordo de livre comércio com o México — caso do Brasil. Para a entidade, os investimentos para a construção ou ampliação de plantas fabris na América Latina podem ser direcionados ao México, que terá parte das fábricas sem operar como operavam até 2024.

“Pegando uma empresa B, ela tem produção no México, Estados Unidos e Brasil. Se ela tiver que investir nos Estados Unidos, ela vai usar a capacidade ociosa do México e vai deixar de investir em outros países. O Brasil pode ser um dos impactados. Esse efeito acaba prejudicando países, como o Brasil e que têm acordo de livre comércio com o México “, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Márcio também destaca que as tarifas de Donald Trump podem reduzir a demanda global por veículos, aumentar a capacidade ociosa em vários países e diminuir os investimentos de algumas montadoras. Apesar do cenário pouco positivo, Lima Leite destacou que podem surgir vantagens competitivas para o Brasil ao explorar novas rotas de produção que devem ser criadas devido às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Do G1