Como as marcas de carro já foram afetadas pelo tarifaço de Trump?
Setor automotivo avalia impactos negativos com impostos majorados
Embora tenha anunciado a suspensão de tarifas extras a 90 países, há uma grande indefinição a respeito do sistema tributário que afeta diretamente as montadoras em todo o mundo. O motivo? Depois da China, os Estados Unidos são o maior mercado consumidor de automóveis. Os últimos movimentos do presidente republicano foram na direção de suspender as anunciadas taxações, mas o setor como um todo precisa de previsibilidade.
Marcas como a Jaguar Land Rover, Audi, Volkswagen e Porsche anunciaram uma suspensão temporária das exportações de carros da Europa para os Estados Unidos. Só a Audi tem cerca de 37 mil veículos em estoque e a ordem é de vendê-los, mas não haverá mais embarques até que a situação se resolva. Trump taxou em 25% os veículos importados vendidos nos Estados Unidos. Até mesmo no Canadá, país vizinho aos Estados Unidos, uma fábrica da Stellantis (que congrega as marcas Jeep, Fiat, Peugeot e Citroën, além da RAM) já demitiu 900 pessoas.
Mas a maior preocupação é com as fábricas instaladas no México. Marcas como Nissan, RAM, Ford e Volkswagen tem grandes fábricas no México e a sobretaxação coloca em risco a capacidade produtiva do país. Outras marcas como a Hyundai produzem boa parte dos veículos vendidos nos Estados Unidos na Coreia do Sul. Até agora a marca não emitiu um posicionamento sobre sua operação de exportações.
Como contraponto, até agora, a Volkswagen anunciou que pode mudar as linhas de produção de Chattanooga para fazer mais veículos nos EUA, assim como a General Motors e também a Stellantis. Os impactos da sobre taxação podem ter resultados negativos para o Brasil. Recebemos uma pequena parte da produção do México, alguns veículos de baixo volume dos Estados Unidos e também da Europa. Se o México tiver excedente marcas que atuam no Brasil podem ser mais agressivas comercialmente o que pode prejudicar a estratégia das montadoras com fábricas no Brasil.
Do R7