Falta de regras do programa Mover está atrasando investimentos das montadoras

Não é apenas a queda da produção nacional no mês de março que preocupa a Anfavea. Segundo a entidade, os atrasos do programa Mover, do Governo Federal, também estão prejudicando a indústria automotiva. O Mover visa estimular a descarbonização no Brasil, expandindo investimentos em eficiência energética, incluindo limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e cobrando menos imposto de quem polui menos, o chamado IPI verde.

O programa tem um planejamento de investimentos gradativos, iniciando com R$ 3,5 bilhões em 2024. Para 2025, o valor sobe para R$ 3,8 bilhões, passando para R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028. Valores esses que deverão ser convertidos em créditos financeiros. O problema é que existe um atraso do Governo em divulgar as regras do Mover, em especial as do IPI Verde, o que estaria postergando os investimentos das montadoras e de fabricantes de autopeças no Brasil.

Mas não é apenas isso, outros fatores também colaboram para o atraso dos investimentos no Brasil. Por exemplo, a não antecipação dos 35% de Imposto de Importação de veículos eletrificados, a falta de recursos para pesquisa e desenvolvimento e as novas taxas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Sobre o Mover, afirma que os R$ 3,8 bilhões liberados ainda não são suficientes para a indústria.

Já sobre as tarifas de importação, Lima Leite diz não entender o porquê de o Governo não antecipar o aumento na alíquota, uma vez que o Brasil é o país com a menor taxação do mundo nesse aspecto. Do outro lado, o presidente da Anfavea também disse que existe uma pressão dos chineses para que o Governo diminua as tarifas para importação de carros desmontados e produzidos aqui nos regimes SKD ou CKD. Esses serão os principais métodos de produção das primeiras montadoras chinesas a se instalarem por aqui.

Da Quatro Rodas