Sindicato e CUT repudiam assassinato do trabalhador senegalês em ação da PM paulista
Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo denuncia letalidade contra população negra

A CUT divulgou nota de repúdio contra a ação da Polícia Militar de São Paulo, que assassinou covardemente por disparo de arma de fogo, o trabalhador senegalês Ngange Mbaye, 34 anos, na última sexta-feira, 11.
O socorro, ao trabalhador segundo testemunhas no local e cobertura jornalística, demorou cerca de duas horas para chegar, tempo em que Ngange Mbaye ficou sangrando na calçada.
O documento da Central destaca que “O assassinato do trabalhador ambulante e cidadão senegalês se deu por consequência de mais uma operação da chamada Ação Delegada, convênio entre município e governo do estado que autoriza policiais militares de folga a apoiarem ações de fiscalização da prefeitura, as ações dessa operação têm sido marcadas por sua forte truculência e violência policial contra os trabalhadores e trabalhadoras ambulantes em São Paulo”.
“Propomos que todo investimento orçamentário realizado na Operação Delegada seja destinado ao desenvolvimento de políticas de emprego, trabalho e renda e orientados pela recomendação 204 da OIT sobre a transição da informalidade para a formalidade”, reforça carta.

O coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC, Clayton Willian, o Ronaldinho, também manifestou repúdio e lembrou ataques constantes à população negra.
“Independentemente da nacionalidade, somos todos irmãos. Nos solidarizamos profundamente com a família do trabalhador senegalês brutalmente assassinado. Não podemos, em hipótese alguma, aceitar a truculência policial contra trabalhadores que lutam por sua sobrevivência. Manifestamos nosso total repúdio à ação violenta da polícia do estado de São Paulo, que mais uma vez age com letalidade contra a população negra deste país”, ressaltou.