Montadoras europeias: “Impossível prever o futuro do setor”
Mercedes-Benz, Stellantis, GM e VW mostram preocupação (e dúvidas) com a nova política comercial de tarifas do governo dos Estados Unidos
O vai e vem e as incertezas sobre as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao setor automobilístico vem provocando reações de montadoras europeias. Mas um fator é unânime entre elas: a crítica à falta de previsibilidade. Em seu relatório de balanço do primeiro trimestre, a Mercedes diz que “não dá para estimar com segurança os impactos que as tarifas terão em seus resultados”.
A preocupação da marca ainda vai além dos custos adicionais que afetarão lucros, tarifas de retaliação e a política comercial imprevisível: os efeitos colaterais. A fabricante diz que a confiança do consumidor pode ser afetada. “Todos esses fatores levam a um nível excepcionalmente alto de incerteza em relação ao desenvolvimento futuro dos negócios, o que prejudica significativamente as previsões”, disse a marca em comunicado.
A Stellantis vai pelo mesmo caminho. Com queda de 14% nos lucros e demissão de 900 trabalhadores em suas operações nos EUA, o grupo suspendeu as projeções até então feitas para 2025. A Volkswagen foi mais polida na crítica, mas também afirmou que os lucros ficarão abaixo do previsto inicialmente por causa das “incertezas relacionadas às tarifas”.
Em entrevista à CNN, a CEO da General Motors, Mary Barra, revelou que a montadora vai sofrer US$ 5 bilhões – mais de R$ 30 bilhões – em aumentos de custos relacionados às tarifas. Mary Barra também ordenou a interrupção de projeções e descartou as previsões de vendas e lucro feitas para este ano.
Do Terra