Cortes de empregos na Nissan dobram para 20.000 em grande reforma

A Nissan Motor eliminará 11.000 postos de trabalho a mais do que o planejado anteriormente, informou a NHK nesta segunda-feira (12), como parte de um plano para reestruturar seus negócios em crise. A montadora japonesa anunciou em novembro que cortaria 9.000 postos de trabalho após registrar vendas fracas nos EUA e na China, que levaram a uma queda de 94% no lucro líquido do primeiro semestre.

Agora, esses cortes de empregos se aproximarão de 20.000 trabalhadores, ou cerca de 15% de toda a força de trabalho, de acordo com a emissora nacional japonesa. As demissões ocorrerão tanto no país quanto no exterior, acrescentou. A Nissan não quis comentar. A crise da Nissan corre o risco de piorar ainda mais depois que a empresa alertou os acionistas no mês passado que terá um prejuízo líquido em custos de reestruturação de até US$ 5 bilhões no ano fiscal encerrado em março de 2025.

A amplitude dos problemas financeiros da montadora ficou evidente no final do ano passado, quando, além dos cortes de 9.000 empregos, a empresa anunciou que reduziria a capacidade de produção em 20% e reduziu sua projeção de lucro. Desde então, a Nissan reduziu ainda mais sua projeção, cedendo à concorrência agressiva nos EUA e na China. Uma união com a Honda Motor parecia promissora.

As empresas assinaram um acordo em dezembro para unir as duas marcas sob uma única holding. No entanto, em poucas semanas, o que poderia ter criado uma das maiores montadoras do mundo — pelo menos em teoria — ruiu devido a divergências sobre um desequilíbrio de poder inerente entre as duas marcas tradicionais. A aliança foi formalmente encerrada em fevereiro. Ivan Espinosa, nomeado CEO em abril, enfrenta a árdua tarefa de reverter a situação da Nissan.

Do Valor Econômico