Bets: erradas do início ao fim

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Foto: Divulgação

O governo Temer liberou a atividade das empresas chamadas ‘Bets’, que ganham dinheiro só intermediando ‘apostas’ em qualquer tipo de atividade esportiva. Mas tinha uma condição: não terem sede no Brasil. Começou errado?

Com essa brecha começaram a atuar no Brasil e, no final, o governo atual pelo menos regulamentou, para que recolhessem impostos, o que elas driblaram fazendo o pagamento na conta da plataforma. Para comparar, nas loterias da Caixa (Esportiva, Mega-sena, etc) o dinheiro arrecadado vai para os prêmios, e o imposto arrecadado vai para programas sociais, como o FIES, que financia a faculdade de muitos brasileiros desde 1999.

E apostar traz emoção. Você acertou o jogo de domingo. Na roleta, você vem em uma ‘maré de sorte’ e, por pouco, não mudou de vida. Essa manipulação de resultados é amplamente conhecida e estudada nos cassinos: iluminação, música e até os sons das máquinas são estudados para manter o apostador lá, o maior tempo possível.

E a possibilidade de vício existe para jogo, fumo, álcool, narcolépticos. Ninguém sabe se vai ser dependente, para o alcoolismo há tendência familiar, as drogas (cocaína, crack, K9, óxi, etc) sempre viciam e apostas esportivas têm terreno fértil no Brasil, onde se discute, consome-se e vive-se esporte diariamente.

E acredito que todos conhecem um dependente: drogas, álcool sempre foram comuns. Agora, com estas Bets, o jogo já entrou com tudo na sociedade. E nada de bom vem delas. Um ganha, o resto perde.

Antigamente, ao menos, o botão da roleta ficava ao alcance só do crupiê. Hoje, influenciadores digitais descaradamente falam em ‘aposta consciente’, enquanto não deixam familiares próximos ter acesso, sem supervisão. Tablets e celulares sempre foram prejudiciais ao desenvolvimento infantil, por isso Bill Gates, o dono da Microsoft, proibia seus filhos de tê-los.

No momento há uma CPI para descobrir algumas das várias irregularidades dessas empresas. Que não têm sede no Brasil. Que não geram empregos aqui. Que criam milionários em paraísos fiscais. Que exploram o vício das pessoas. Um dos três piores tipos de pessoas que o capitalismo pode criar.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente