China aposta em robôs humanoides com IA para reinventar a indústria

Com apoio estatal bilionário, startups desenvolvem máquinas capazes de assumir tarefas repetitivas e perigo

A importância dos robôs humanoides para Pequim, que busca soluções para questões urgentes, incluindo atritos comerciais com os EUA, declínio populacional e crescimento lento, foi destacada quando o líder chinês Xi Jinping inspecionou os robôs da AgiBot em Xangai no mês passado. Xi comentou brincando durante a visita que talvez as máquinas pudessem jogar em um time de futebol.

Outro desenvolvedor nacional de robôs humanoides, a Unitree, também esteve presente em uma reunião que Xi organizou para empresas privadas no início deste ano, onde ele as incentivou a ajudar a economia da China. Enquanto os EUA negociam com a China sobre tarifas que o presidente Donald Trump havia imposto para trazer de volta empregos de manufatura aos EUA, Pequim visa uma nova revolução industrial onde muitas tarefas de fábrica seriam realizadas por robôs humanoides.

A Reuters conversou com mais de uma dúzia de pessoas, incluindo fabricantes chineses de humanoides, investidores, clientes e analistas, que descreveram como avanços no desenvolvimento de “cérebros” robóticos permitirão que essas máquinas metálicas passem de meros espetáculos para trabalhadores produtivos e autodidatas que poderiam revolucionar a principal potência manufatureira do mundo.

As autoridades chinesas estão concedendo subsídios generosos para empresas de humanoides. Mais de US$ 20 bilhões foram alocados para o setor no último ano, e Pequim está estabelecendo um fundo de um trilhão de yuans (US$ 137 bilhões) para apoiar startups em áreas como IA e robótica, mostram anúncios oficiais. Embora o setor ainda esteja incipiente, legisladores chineses começaram a discutir as implicações de longo alcance que os robôs humanoides inteligentes poderiam ter para a força de trabalho.

Da Folha de São Paulo