FEM-CUT/SP e sindicatos filiados entregam carta aberta a Luiz Marinho pela redução de jornada e isenção de IR
Ministro do Trabalho e Emprego reconheceu a legitimidade das pautas e reforçou que ambas fazem parte dos compromissos do governo Lula

Os Metalúrgicos do ABC e demais sindicatos filiados à base da FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos) entregaram uma carta aberta ao ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, no encerramento da 9ª Plenária da entidade, no dia 16 de maio, em Itanhaém, litoral paulista. O documento reforça duas pautas históricas da classe trabalhadora: a redução da jornada de trabalho sem redução de salários e a isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil.
As bandeiras ganharam ainda mais força no ato público realizado nas ruas da cidade, que levou para fora do auditório as reivindicações da categoria, mostrando que o movimento sindical segue organizado e combativo.
A ampliação da faixa de isenção do IR é uma luta antiga do movimento sindical. “Trata-se de uma medida essencial para proteger o poder de compra dos trabalhadores e aliviar o orçamento das famílias, além de estimular a economia, fortalecendo o consumo interno”, destaca o documento.
Outra reivindicação central é a redução da jornada sem redução salarial. Diante dos avanços tecnológicos, da automação e dos ganhos de produtividade, é mais do que justo que os trabalhadores sejam beneficiados com mais tempo para a vida, sem prejuízo financeiro. A pauta já virou realidade em algumas fábricas da base da Federação e precisa ser ampliada.
Apoio do governo federal

Durante a entrega do documento, Luiz Marinho, que também é ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reconheceu a legitimidade das pautas e reforçou que ambas fazem parte dos compromissos dos governos Lula. Sobre a isenção do IR, lembrou que a proposta já está no Congresso Nacional. “Agora, depende de deputados e senadores aprovarem. E sabemos que lá tem muita gente que é contra. Por isso, é fundamental que a classe trabalhadora pressione e acompanhe esse debate”, alertou.
Quanto à redução da jornada, Marinho defendeu que o país está preparado para avançar. “A economia brasileira tem maturidade para enfrentar esse debate. E mais, precisamos discutir também o fim da escala 6×1, que prejudica milhares de trabalhadores, especialmente as mulheres, que ainda acumulam a sobrecarga do trabalho doméstico. É uma pauta que precisa ser enfrentada com o fortalecimento dos sindicatos e das negociações coletivas”.
Sindicalismo em transformação
Para Max Pinho, secretário-geral da FEM-CUT/SP e CSE na Mercedes, a carta entregue a Marinho sintetiza esse momento. “Estamos falando de pautas que impactam diretamente a vida da classe trabalhadora. A redução da jornada e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil têm total relação com dignidade, qualidade de vida e valorização de quem vive do trabalho. Não dá para esperar boa vontade do Congresso. Cabe ao movimento sindical se mobilizar, ocupar as ruas, fazer pressão e garantir que elas avancem”, afirmou.
Com o lema ‘Construindo nosso futuro: como superar o modelo sindical?’, a 9ª Plenária da FEM-CUT/SP reuniu 113 delegados e delegadas, além de observadores e convidados, em três dias de debates, palestras e rodas de conversa. O objetivo foi refletir sobre os desafios do sindicalismo diante das mudanças no mundo do trabalho, da transformação tecnológica e das novas exigências da classe trabalhadora.