Com IA, ‘Se meu Fusca falasse’ vira realidade
Otto é o assistente virtual baseado na primeira inteligência artificial generativa desenvolvida por uma montadora no Brasil
“Fala, Otto. Quero saber se meu carro tem autonomia para me levar de casa até a fábrica”, pergunta o presidente da Volkswagen do Brasil, Ciro Possobom. Otto tranquiliza o executivo. Ele não precisará parar para abastecer. E a pressão dos pneus? Tudo certo. E qual é o melhor guitarrista do mundo? Otto cita Jimi Hendrix e Eddie Van Halen, entre outros, pois a questão é polêmica.
Otto é o assistente virtual baseado na primeira inteligência artificial generativa desenvolvida por uma montadora no Brasil, a Volks, em parceria com a Accenture. E Tera, o novo SUV da montadora, é o primeiro carro nacional a ter IA. Durante a apresentação do sistema, no domingo, em São Paulo, Cristina Cestari, chefe da área de tecnologia da informação da Volks, disse que os carros passaram a ser movidos não só por motor, mas também por inteligência.
E, nesse contexto, nada mais apropriado, para a Volks, do que remeter a novidade a Herbie, um carro personagem de “Se meu Fusca falasse”, o primeiro de uma série de filmes dos estúdios Disney, que fez sucesso nas décadas de 1960 e 1970, principalmente. Otto é um nome que homenageia o engenheiro alemão Nikolaus Otto, que construiu um motor de quatro tempos, em 1876, o que deu origem à expressão “ciclo Otto”, o mais comum em motores de carros a combustão.
Criado pelo time liderado por José Carlos Pavone, chefe de design da Volkswagen na América do Sul, o avatar remete à frente de uma Kombi (outro ícone da montadora). Os faróis da Kombi se transformaram nos olhos formados pelas duas letras “O” de Otto, que reage, com expressões, ao que lhe perguntam. Integrado ao pacote de dados da Volks, um serviço pago à parte, Otto “escuta, compreende” e evolui de acordo com os comandos que recebe e pode responder tanto questões relacionadas ao veículo como temas que podem ser consultados na internet.
Do Valor Econômico