Educação sexual nas escolas
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Em 2019, um estudo realizado pela UNESCO reforçou a necessidade de implementar a EIS (Educação Integral em Sexualidade). A proposta é transmitir conhecimentos, habilidades e valores a adolescentes para que possam garantir sua própria saúde, bem-estar e dignidade, em contraste com o que ocorreu em gerações passadas, que muitas vezes aprenderam ‘na rua’, sem orientação adequada.
E não se trata de erotização precoce. O objetivo é ensinar meninos e meninas a cuidarem de si, entenderem a higiene íntima, conhecerem o próprio corpo e aprenderem a se proteger de situações de abuso, tudo de maneira lúdica, respeitosa e adequada à idade.
Essa abordagem também é uma ferramenta importante no enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Dados do Ministério da Saúde indicam que, entre 2015 e 2021, foram notificados 202.948 casos de violência sexual nesse público no Brasil, 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Somente em 2021, registrou-se o maior número de notificações do período: 35.196 casos.
Ainda segundo o levantamento, em 2021, a maioria das violações ocorreu dentro de ambientes residenciais: na casa da vítima e do suspeito (8.494 casos), na residência da vítima (3.330) e na do suspeito (3.098). Diante desse cenário, a escola se consolida como um espaço seguro ao qual crianças e adolescentes podem recorrer.
Educadores têm papel essencial na escuta e no acolhimento de vítimas, assim como na prevenção. A educação sexual promove noções básicas de proteção, como reconhecer toques inapropriados e saber como agir diante de situações de risco. É fundamental avançarmos nesse debate, superando tabus em nome da proteção e do desenvolvimento saudável de nossas crianças e adolescentes.
Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente