O colapso silencioso da indústria automotiva norte-americana: Ford, GM e Stellantis correm risco de irrelevância global
A indústria automotiva dos Estados Unidos, que já foi símbolo de inovação e poder global, parece estar afundando em um mar de decisões equivocadas e falta de adaptação. Em vez de encarar os novos desafios com ousadia e planejamento, as chamadas “Três Grandes” — Ford, General Motors e Stellantis (ex-Chrysler) — continuam apostando em modelos grandes, caros e com baixa eficiência, numa tentativa desesperada de manter margens de lucro que já não acompanham a realidade do mercado atual.
Com a Toyota RAV4 tomando o posto de veículo mais vendido dos EUA em 2024, superando a tradicional série F da Ford, o sinal de alerta se acendeu. A liderança japonesa simboliza uma mudança concreta nos hábitos de consumo e na preferência por qualidade, eficiência e confiabilidade — áreas em que os modelos americanos vêm ficando para trás. Esse cenário, no entanto, não é novo.
Desde a crise do petróleo em 1973, quando os EUA foram pegos de surpresa pela alta dos combustíveis e os japoneses aproveitaram para invadir o mercado com carros menores e econômicos, a indústria americana vem tropeçando. Ao longo das décadas seguintes, em vez de corrigir o curso, insistiu em lançar SUVs e picapes cada vez maiores, enquanto a qualidade de montagem e a durabilidade dos veículos caíam.
Hoje, os números não mentem: a produção de automóveis nos EUA despencou para cerca de 100 mil unidades por mês — menos do que durante o colapso de 2009. Enquanto isso, os concorrentes asiáticos e europeus continuam avançando, especialmente no setor de veículos elétricos, onde os americanos estão visivelmente atrasados. E mesmo com políticas protecionistas pontuais, como as adotadas durante o governo Trump, a ausência de uma estratégia global coerente ameaça isolar ainda mais as montadoras dos EUA no cenário internacional.
Do Notícias Automotivas