Ato dia 10: Sindicato convoca categoria para defender as pautas da classe trabalhadora nas ruas

Mobilização vai cobrar respostas dos parlamentares que ignoram direitos de quem vive do trabalho e protegem privilégios de minoria

Foto: Adonis Guerra

Chegou a hora da classe trabalhadora dar um recado claro a esse Congresso que não escuta o povo. Na próxima quinta-feira, 10 de julho, às 18h, no vão do MASP, na Avenida Paulista, os Metalúrgicos do ABC se somam aos movimentos sociais para dizer basta ao descaso com os direitos e à tentativa de empurrar a conta, mais uma vez, para quem vive do trabalho. O ato é nacional, convocado pelos movimentos Povo Sem Medo e Brasil Popular, com apoio de sindicatos, centrais e organizações populares.

O Sindicato reforça a convocação e chama todos os companheiros e companheiras nas fábricas para engrossar esse coro por justiça, respeito e dignidade. “Chegou não só o momento, mas a necessidade urgente de nós, trabalhadores e trabalhadoras, manifestarmos nossa indignação diante da forma como nossas pautas vêm sendo tratadas”, afirma o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.

Foto: Adonis Guerra

Enquanto a maioria da população luta contra o abandono da pauta dos trabalhadores pelos parlamentares, em Brasília avança uma agenda que beneficia quem já concentra riqueza e poder. Propostas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a redução da jornada de trabalho sem corte de salário e o fim da escala 6×1 seguem ignoradas. Enquanto isso, o sistema financeiro continua blindado: a taxa Selic nas alturas mantém os juros em patamares insustentáveis, trava o crescimento, desestimula a produção e impede o avanço da economia real.

“Não é surpresa o comportamento desse Congresso, que é majoritariamente conservador. É por isso que, nas eleições, temos que votar em quem realmente representa os interesses da classe trabalhadora”, alerta Moisés.

Sem diálogo

Entre os principais pontos de crítica do ato está a chamada reforma tributária, que mantém a lógica injusta de cobrar mais de quem ganha menos e proteger os super-ricos. Para o presidente dos Metalúrgicos do ABC, a falta de diálogo com os trabalhadores ultrapassou todos os limites.

“Esse Congresso, além de conservador, é mouco. E essa é a palavra certa: não ouve, não escuta, não atende as pautas da classe trabalhadora”, denuncia. “Nós, do movimento sindical, aprendemos que a única forma de sermos ouvidos é indo às ruas, com unidade e mobilização.”

O ato do dia 10 será um chamado direto ao Congresso para escutar o povo. Não há mais espaço para recuar. “A manifestação já está marcada. Pode chover ou fazer sol, pode estar frio ou calor, nada disso importa. O que importa é ocuparmos as ruas com firmeza e determinação para lutar pelas nossas pautas”.

“E chega dessa história de que não se pode mexer com os super-ricos. Sempre que se fala em taxar quem mais ganha, tem gente fazendo birra. Isso precisa acabar. A conta não pode continuar nas costas de quem trabalha. E é sempre bom lembrar: o Congresso deveria ser a casa do povo e não a casa dos ricos”.