Veículos chineses representam 6% das vendas e Anfavea fala em desindustrialização
Importações têm nova alta e Anfavea reclama de “desequilíbrio competitivo” para atacar volume de carros vindos do país asiático
As importações de veículos chineses são um fantasma que nem exorcista do Vaticano parece dar jeito. No balanço da indústria no semestre, a Anfavea voltou a chamar a atenção para o volume de carros vindos do país asiático e fala em risco de desindustrialização. Segundo os números informados pela associação que representa as fabricantes de veículos no país, no semestre as importações somaram 228 mil unidades. Alta de 16% em relação à primeira metade de 2024.
Desta forma, no geral, as importações de veículos evoluíram 15%. Enquanto os nacionais tiveram queda de 10% no mesmo período. Dentro deste volume, a importação de veículos chineses superou as 70 mil unidades no janeiro-junho de 2025. O número representa crescimento de 37,2% ante igual recorte de 2024.
Com isso, os veículos importados fecharam o semestre com 19% de participação nos licenciamentos gerais do mercado. Só os chineses, de acordo com a Anfavea, representaram 6%. “Há um desequilíbrio competitivo em prol das importações no país. Os emplacamentos no varejo estão sendo capturados pelo produto importado”, ressalta Igor Calvet, presidente da Anfavea.
“O que pode estar por trás desse dado é um processo, que pode ser mais aprofundado, de desindustrialização, de perda de empregos, de menor consistência de nossa cadeia de fornecedores”, completa. O executivo também chamou a atenção para o estoque de 111 mil carros eletrificados. A Argentina segue como o primeiro país em volumes importados no semestre. Do principal parceiro comercial do Brasil vieram mais de 102 mil carros, 13,6% a mais que no primeiro semestre do ano anterior.
Do Automotive Business