Importar carro elétrico da China é mais rentável do que fazer Tracker no Brasil, diz presidente da GM
O recente aumento do imposto de importação para 25% é uma tentativa do governo brasileiro para frear o ímpeto das marcas chinesas. Só que a nova alíquota pode não surtir efeito. É o que sugeriu Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, ao revelar que importar um carro elétrico da China é mais rentável do que produzir um modelo térmico de porte semelhante no Brasil.
“Um Spark feito na China consegue ser mais rentável do que um Tracker, mesmo com os 25% de impostos de importação”, afirmou. O Spark EUV é um SUV elétrico fabricado na China, onde é vendido pela Baojun como Yep Plus. A pré-venda do modelo começa na quarta-feira, 9, pelo valor promocional de R$ 159.990. Já o novo Tracker, que usa um motor 1.0 turboflex a combustão, sai por R$ 154.090 na versão LT e R$ 169.490 na configuração LTZ.
Diante desse cenário, Chamorro foi questionado se ainda vale a pena produzir carros no Brasil, especialmente se lembrarmos das recentes decisões de interromper a produção de veículos na Colômbia e no Equador. “Uma indústria do tamanho do Brasil com tantos recursos naturais, competitividade e um mercado tão grande como o nosso… Vale a pena lutar sim”. Assim como muitos rivais, a GM foi até a China para, ironicamente, buscar uma resposta para enfrentar os próprios chineses.
Chamorro admite que a empresa levou ao pé da letra o famoso ditado de “se não pode vencê-los, junte-se a eles”. Além do Spark EUV, a Chevrolet também vai vender outro carro elétrico chinês no mercado brasileiro. O Captiva EV é comercializado pela Wuling como Starlight S. A GM não divulgou muitas informações sobre o carro e limitou-se a dizer que o modelo estreia “até o fim do ano”. Se depender de Chamorro, a Chevrolet pode fabricar os dois SUVs no país em um futuro breve. “Eu gostaria de industrializá-los e produzi-los no Brasil”, concluiu.
Do Automotive Business