Metalúrgicos do ABC marcam presença no ato estadual da Campanha Salarial organizado pela FEM-CUT/SP em Taubaté

Mobilização reuniu cerca de 1.500 trabalhadores no Distrito Industrial do Piracangaguá

Foto: Adonis Guerra

Os Metalúrgicos do ABC participaram, na manhã da última terça-feira, 15, do ato estadual da Campanha Salarial 2025, promovido pela FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT). A mobilização reuniu cerca de 1.500 metalúrgicos e metalúrgicas no Distrito Industrial do Piracangaguá, em Taubaté.

Além dos trabalhadores da base local e dirigentes de sindicatos de outros ramos, o ato contou com a presença de representantes dos sindicatos filiados à FEM-CUT/SP, da CNM-CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) e da CUT-SP.

Foto: Adonis Guerra

Ao discursar para os presentes, o secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, destacou o espírito de luta da categoria.

“Deu para perceber a disposição de luta dos trabalhadores e das trabalhadoras. E é esse sentimento que a Federação tem que levar para mesa de negociação, para que a gente consiga um bom resultado nessa campanha”.

O dirigente destacou o foco da campanha. “Os trabalhadores tiveram muitas perdas e não podem pagar a conta. A inflação corroeu o salário durante o ano. A gente precisa da reposição da inflação, mas para além disso, precisamos conquistar o aumento real de salário. Também queremos uma convenção coletiva que garanta os direitos dos trabalhadores e que possa ampliar para além daqueles que lá estão”, completou.

Foto: Adonis Guerra

Claudionor enfatizou a posição constante do patronal em dificultar as negociações e que o bom resultado só será alcançado com muita mobilização. “Em toda campanha salarial, os sindicatos vão estar na porta das fábricas. E sempre vamos dizer que está difícil, porque é assim mesmo. Porque querem ganhar tudo, inclusive tirando os direitos dos trabalhadores”.

Na ordem do dia

Durante sua fala, Claudionor também lembrou que muitas pautas importantes para os trabalhadores dependem de decisões no Congresso Nacional.

“Tem que entrar na ordem do dia, na pauta de votação a isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, o fim da escala 6 por 1 e a redução da jornada para 40 horas semanais, sem redução de salário.”

Dissídio: o que é?

O dirigente também fez questão de esclarecer sobre o dissídio, termo que costuma causar confusão entre os trabalhadores. “Dissídio é quando a campanha não se resolve na mesa de negociação e vai parar na justiça. Sempre prezamos pelo bom resultado, quando os avanços se dão na mesa de negociação. E para isso, de novo, é preciso que os trabalhadores e trabalhadoras estejam mobilizados”.

Preparados pra luta

Claudionor encerrou seu discurso fazendo um alerta:

“Vai chegar o momento em que para os patrões entenderem o pedido dos trabalhadores, será preciso parar a produção em algum momento. Os trabalhadores têm que estar preparados para fazer a luta que for necessária porque são esses trabalhadores e trabalhadoras que produzem a riqueza dessas empresas”.

“Campanha Salarial só dá resultado com mobilização, união e luta. É um momento decisivo, que exige reflexão e ação”, concluiu.