Sindicato intensifica mobilização no Agosto Lilás pelos 19 anos da Lei Maria da Penha
Mobilização denuncia o avanço do feminicídio e fortalece a luta por justiça, respeito e igualdade. Metalúrgicos do ABC reforçam compromisso com ações nas fábricas foto

A Lei Maria da Penha completa hoje 19 anos e segue como um grito por justiça e proteção às mulheres no país. Mais do que uma legislação, é símbolo de resistência e esperança para quem enfrenta o medo, as ameaças e as marcas deixadas por relações abusivas todos os dias. Neste Agosto Lilás, mês de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres, o chamado é urgente: não podemos normalizar o inaceitável.
O Sindicato reforça esse compromisso com ações nas fábricas, levando informação, acolhimento e incentivo à denúncia. A mobilização visa despertar a responsabilidade coletiva pela vida das mulheres, especialmente no ambiente doméstico, onde muitas vezes surgem os primeiros sinais de abuso ou silenciamento.
“A cada dia, os casos de feminicídio aumentam, mas não podemos desistir. Precisamos continuar lutando por essas mulheres que sofrem nas mãos de homens sem escrúpulos. Assim como Maria da Penha não desistiu, nós, mulheres, também precisamos seguir firmes na luta, juntas, para que esses criminosos sejam punidos”, afirma Maria Zélia Vieira Viana, coordenadora da Comissão de Mulheres Metalúrgicas do Sindicato.
Violência

Segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, só em 2024 foram registrados 1.492 feminicídios no Brasil, uma média de quatro mulheres assassinadas por dia, na maioria negras, jovens, dentro de casa e por seus companheiros ou ex-companheiros. Casos de estupro também atingiram patamar recorde: 87.545 registros em um ano. O levantamento, divulgado anualmente em julho, reúne dados oficiais de órgãos policiais e apresenta um retrato alarmante da violência de gênero no país.
Diante dessa realidade, o Ligue 180 continua sendo um canal essencial. O serviço é gratuito, sigiloso e funciona 24 horas por dia, inclusive por WhatsApp: (61) 9610-0180. A central orienta mulheres em situação de violência, encaminha os relatos aos órgãos competentes e acompanha os desdobramentos dos casos. Também oferece informações sobre direitos, legislação vigente e serviços da rede de proteção e acolhimento.
“Neste Agosto Lilás, romper o silêncio é salvar vidas. Denunciar não é apenas um ato de coragem, é um gesto de amor por si mesma e por todas que ainda sofrem caladas. É na solidariedade entre mulheres e no apoio coletivo que conseguimos enfrentar e transformar essa realidade”, reforça a dirigente.