Montadoras chinesas investem R$ 22 bi no Brasil e prometem mais de 20 mil empregos
As montadoras asiáticas já trabalham com a possibilidade de usar nosso mercado como ponte para chegar à União Europeia caso o acordo do bloco com o Mercosul entre em vigor
Nas próximas semanas, os primeiros carros de montadoras chinesas produzidos no Brasil vão sair das linhas de produção, dando inÃcio a uma nova fase da indústria automotiva no paÃs. A montadora GWM vai iniciar as operações na próxima semana, no interior de São Paulo, numa fábrica originalmente construÃda pela Mercedes. A alemã desistiu da produção local em 2020. Até o final do ano, a BYD deve fazer o mesmo em Camaçari, na Bahia, onde antes a Ford produzia.
A fábrica da GWM foi originalmente estruturada para produzir 20 mil carros por ano, mas os planos já forçaram uma expansão para 50 mil. A chegada das montadoras chinesas ao Brasil, porém, não representa a conclusão de um objetivo. Essa etapa é, na verdade, uma ponte para outros mercados ainda fechados para elas. Inicialmente, a GWM pretende exportar os carros brasileiros para paÃses da América Latina, como México e Argentina.
Mas, Ricardo Bastos, diretor de relações institucionais e governamentais da empresa, reconhece que os olhos dos chineses também miram a União Europeia. A estratégia de longo prazo passa pela aprovação do acordo Mercosul-União Europeia, que ainda está em negociação. Somados, os investimentos das montadoras BYD, GWM e GAC ultrapassam 22 bilhões de reais e prometem gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos.
Além de BYD e GWM que vão produzir localmente, outras chinesas pretendem apenas importar. Também há até parcerias para que a Renault produza para a novata Geely, sem precisar abrir novas fábricas. Outra que está chegando é a GAC, que começou a vender carros importados no mês passado. Leonardo Lukacs, diretor de engenharia e manufatura, conta que a empresa vai ter produção local até o final de 2026, mas ainda estuda qual modelo será adotado.
Da CBN Globo