Primeiro metalúrgico do ABC é condecorado com uma das mais altas honrarias da Justiça do Trabalho
Wellington Messias Damasceno, diretor administrativo do Sindicato, recebeu a Comenda Oficial da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, por indicação da ministra do TST Delaíde Arantes

A história de luta e resistência da classe trabalhadora recebeu, nesta semana, um reconhecimento inédito. O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, tornou-se o primeiro metalúrgico a receber a Comenda Oficial da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho. A solenidade ocorreu na tarde desta quarta-feira, 13, na sede do TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília, reunindo autoridades, representantes do mundo do trabalho e personalidades dos meios jurídico, sindical e acadêmico.
Instituída em 1970, a Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho é uma das mais altas condecorações concedidas pelo TST. Destina-se a personalidades e instituições que prestaram relevantes serviços à Justiça do Trabalho, à valorização do trabalho e à cidadania no Brasil. Pode ser outorgada a civis e militares, nacionais ou estrangeiros, em seis graus: grão-colar, grã-cruz, grande oficial, comendador, oficial e cavaleiro. A indicação deve partir de um ministro do TST e ser aprovada pelo Conselho da Ordem.

Ao receber a homenagem, Wellington ressaltou a emoção e o caráter coletivo do momento. “Sinto-me muito feliz e orgulhoso. Esse reconhecimento não é apenas meu, é de todo o movimento sindical e de sua história de luta e resistência na defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Poucos representantes da classe trabalhadora foram homenageados nesses mais de 50 anos de história da comenda. Espero que este seja um passo importante para que os trabalhadores também ocupem esses espaços”.
O dirigente destacou que a presença de um metalúrgico do ABC nesse cenário simboliza a força de uma categoria que, há décadas, está na linha de frente das conquistas sociais, econômicas e democráticas. “Essa honraria é para as metalúrgicas e metalúrgicos do ABC e para todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, que movem este país e constroem sua riqueza. O mérito é coletivo e reforça a importância de estarmos não só no chão de fábrica e nas ruas, mas também dialogando e participando das decisões junto aos poderes da República”.
Reconhecimento

A indicação partiu da ministra do TST Delaíde Arantes, que reconheceu na trajetória de Wellington uma referência nacional em reindustrialização, transição justa e valorização da negociação coletiva. Sua atuação aproximou o movimento sindical de espaços estratégicos de formulação de políticas públicas e defesa de direitos.
Para Wellington, essa conquista deve servir como inspiração. “Seja na negociação de acordos e convenções coletivas, que garantem proteção social para a imensa maioria da classe trabalhadora, seja na defesa da democracia, o movimento sindical tem dado contribuições decisivas para o país. Este reconhecimento reforça que precisamos ocupar todos os espaços, inclusive os de poder, para garantir trabalho digno, boa renda e direitos”.
Mais do que um prêmio individual, a homenagem registra que a história e as lutas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC seguem deixando marcas profundas não apenas no chão de fábrica, mas também nas instituições que moldam o presente e o futuro do trabalho no Brasil.
A cerimônia foi acompanhada pelo presidente do Sindicato, Moisés Selerges e por integrantes da direção executiva, entre eles: Andréa de Sousa, a Nega; Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão; Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos; Jonas Brito, e Antônio Claudiano da Silva, o Da Lua.