A primeira metade de 2025: desemprego cai, mas criação de vagas desacelera

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Foto: Adonis Guerra

No primeiro semestre de 2025 foram criados 1,2 milhões de novos postos de trabalho formais no Brasil e a taxa de desemprego recuou para 5,8%, o menor patamar desde 2012, quando teve início a série histórica. Foram estimados 57,6 milhões de empregos formais, com destaque para participação dos trabalhadores mais jovens, que responderam por 54% dos novos vínculos gerados no semestre.

Durante o ano de 2024 foram criados 1,7 milhões de novos empregos e o cenário vigoroso no mercado de trabalho se manteve até fevereiro de 2025, quando o Brasil ampliou fortemente a quantidade de vínculos formais (438,7 mil), cenário que já se reverteu no mês seguinte, com apenas 79,7 mil empregos criados. No segundo trimestre de 2025, a maior queda se verifica em junho, com 40 mil empregos gerados a menos, se comparado ao ano anterior.

A movimentação do mercado de trabalho segue intensa: entre janeiro e junho, foram registradas 13,9 milhões de admissões, contra 13,2 milhões no mesmo período de 2024. Apesar do volume maior de contratações, o saldo líquido mais baixo revela também a maior rotatividade. Na base dos Metalúrgicos do ABC, o semestre fechou com 73,3 mil empregos formais em junho de 2025, saldo de 788 novos postos de trabalho criados no primeiro semestre, com tendência de retração a partir de maio.

A sustentação dos indicadores positivos no mercado de trabalho brasileiro dependerá da dinâmica da economia, e continua sendo fundamental a redução das taxas de juros, viabilizando mais investimentos e maior poder de compra da população. Além disso, os próximos meses devem trazer atenção redobrada ao impacto do tarifaço sobre as exportações brasileiras e sobre os empregos, especialmente nos setores em maior risco na categoria.

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