Sindicato participa de 5ª Conferência Nacional de Políticas para as mulheres com presença do presidente Lula

Em Brasília, diretora executiva do Sindicato representa categoria no evento que discute a retomada das políticas de gênero e exige do poder público compromisso com a proteção das mulheres

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Depois de quase uma década, Brasília voltou a reunir mulheres de todo o país na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro de 2025. O encontro mobilizou mais de quatro mil participantes e marcou o retorno de um importante espaço de construção coletiva das políticas públicas voltadas à igualdade de gênero e ao enfrentamento da violência contra as mulheres.

A cerimônia de abertura contou com a presença do presidente Lula, da ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e de outras ministras. Lula anunciou medidas que reafirmam o compromisso do governo com as políticas de cuidado e equidade, como a ampliação da licença-maternidade em até 120 dias após a alta hospitalar, a criação da Semana Nacional de Conscientização sobre os Cuidados com Gestantes e Mães e investimentos em territórios pesqueiros artesanais. O presidente reforçou que a democracia só se fortalece com a participação ativa das mulheres em todos os espaços.

Entre as delegadas estava Andrea Sousa, a Nega, diretora executiva do Sindicato, integrante do Conselho da Mulher de Diadema e da Frente Regional de Combate à Violência contra a Mulher. Ela representou a categoria na conferência como a única mulher metalúrgica do ABC e destacou o simbolismo dessa presença num momento de retomada democrática.

“A Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres representou um momento de grande importância para a categoria metalúrgica. Estive presente como a única mulher metalúrgica do ABC, e posso afirmar: não foi fácil chegar até aqui. Mas foi de uma relevância extraordinária”, afirmou Nega.

Luta

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A dirigente relembrou que o processo começou ainda nas etapas municipais, com muito esforço e mobilização das mulheres da região. “A luta foi grande para que as conferências locais se realizassem, mas conseguimos. As mulheres do Grande ABC se organizaram, debateram e levaram suas pautas. Foi um passo fundamental para garantir que as demandas das trabalhadoras fossem ouvidas também nas etapas estadual e nacional”.

Nega destacou que, no Estado de São Paulo, a realidade ainda é preocupante. “O governo estadual cortou 96% dos investimentos no combate à violência contra a mulher. Vivemos em uma região que sofre diariamente com o feminicídio. São casos que não nos deixam esquecer que precisamos estar alertas e exigir ações concretas. Queremos delegacias de atendimento à mulher funcionando 24 horas, queremos a casa de passagem e a casa-abrigo de volta. Essas políticas salvam vidas e precisam ser prioridade”.

O Sindicato, segundo ela, sempre esteve ao lado dessas lutas e seguirá cobrando compromisso do poder público. “Temos orgulho de fazer parte desse processo. Queremos viver e perguntar ao governo estadual: quanto vale a vida das mulheres? Saímos todos os dias para trabalhar, fazemos a roda da economia girar, mas quando olhamos o orçamento público, vemos que apenas 4% é destinado à proteção das mulheres, no estado mais rico do país”, afirmou.

Para Nega, a conferência nacional é mais do que um evento: é um marco na história das mulheres e um passo firme na construção de um Brasil mais justo, igualitário e livre de violência. “A nossa presença em Brasília foi para reafirmar que não aceitaremos retrocessos e que queremos políticas reais que garantam a vida, o trabalho digno e o respeito às mulheres”, concluiu.