Metalúrgicos do ABC apresentam propostas para transição energética justa rumo à COP30

Em maio, os Metalúrgicos do ABC integraram o primeiro encontro para debater os rumos da descarbonização com foco sobre o setor automotivo

Foto: Raissa Azeredo

O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, participou, no último dia 7, em Brasília, do encontro “Laboratório de Futuros: Reflexões e propostas de trabalhadores (as) para o futuro da transição energética justa”. A atividade reuniu lideranças sindicais, pesquisadores e ativistas climáticos em diálogos sobre os desafios da transição energética no Brasil e no mundo.

Durante o evento, foram apresentadas e entregues às autoridades as 20 propostas construídas pelos trabalhadores e trabalhadoras como contribuição à COP30, conferência global sobre mudanças climáticas que será realizada no próximo mês, em Belém (PA)

Em maio, os Metalúrgicos do ABC integraram o primeiro encontro do Laboratório de Futuros: Co-criação para uma Transição Justa, iniciativa da Aurora LAB com metodologia da organização Procomum. Realizado no Centro de Formação Celso Daniel, ao lado da Sede, em São Bernardo, o evento reuniu trabalhadores e trabalhadoras para debater os rumos da descarbonização e da transição climática no Brasil, com foco especial nos impactos sobre o setor automotivo.

Foto: Raissa Azeredo

Wellington destacou que o processo é resultado de uma construção coletiva que vem se ampliando por todo o país. “Esse é um evento muito importante, resultado de uma caminhada que começou lá atrás, com a participação do Sindicato nas atividades do Aurora LAB, nas caravanas do futuro que passaram por várias cidades e dialogaram com a nossa direção e militância. Nossa categoria deu contribuições fundamentais, que agora estão registradas em uma cartilha que será apresentada na COP30”, explicou.

Trabalhadores no centro das decisões

Para o dirigente, o debate sobre a transição energética precisa colocar os trabalhadores no centro das decisões. “Estamos a um mês da COP e esse é um momento extremamente importante para pensar de que forma fazer uma transição energética justa. Precisamos proteger o futuro das próximas gerações e garantir a sustentabilidade ambiental, mas sem esquecer do social. É papel dos trabalhadores discutir qualificação profissional, geração de emprego e políticas que considerem o ponto de vista da classe trabalhadora, não apenas o do capital”, afirmou.

Caráter geopolítico

Foto: Raissa Azeredo

Wellington também chamou atenção para o caráter geopolítico da transição energética, ressaltando que o tema ultrapassa os limites ambientais e econômicos. “A pauta da transição energética é também uma pauta de disputa geopolítica. A China, por exemplo, tem um projeto muito bem desenhado de transição energética e tecnológica que garante sua hegemonia industrial e econômica. O Brasil precisa compreender esse contexto para construir sua própria estratégia”, observou.

Ele lembrou ainda que a transição energética deve estar articulada à reindustrialização do país, com inovação e preservação ambiental. “Não dá para discutir emprego sem discutir o meio ambiente. Precisamos pensar em um novo ciclo de desenvolvimento industrial que una inovação tecnológica, preservação ambiental e justiça social”, concluiu.