Europa x Brasil: onde a eletrificação avança mais rápido (e por quê)
Mercado europeu tem 39% de eletrificados, enquanto o Brasil acelera e triplica participação em 2025
A transição para os carros eletrificados avança em ritmos bem distintos entre Europa e Brasil. Dados do International Council on Clean Transportation (ICCT) e da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que, embora o continente europeu mantenha larga vantagem em participação de mercado, o Brasil vive um momento de aceleração sem precedentes em 2025.
Na União Europeia, os carros elétricos a bateria (BEV) já representam 17% dos emplacamentos de novos veículos no acumulado até agosto, enquanto os híbridos plug-in (PHEV) respondem por 9% e os híbridos convencionais (HEV) somam 13%. No Brasil, a base ainda é menor, mas o crescimento é expressivo. No mesmo período, o país registrou mais de 126 mil veículos eletrificados emplacados, segundo a ABVE. Em agosto, o segmento atingiu 9,4% de participação no mercado total, com 77,5% das vendas concentradas em modelos plug-in (BEV e PHEV).
A diferença entre os dois mercados é explicada por uma combinação de fatores. Na Europa, a eletrificação é guiada por regulação e metas de CO₂, que obrigam montadoras a reduzir emissões médias de suas frotas. Países como Alemanha, França e Reino Unido também oferecem incentivos diretos na compra e isenções fiscais. Além disso, o continente conta com mais de 700 mil pontos públicos de recarga, o que reduz a barreira de adoção para o consumidor comum.
No Brasil, o movimento ocorre de forma inversa: não há metas de emissões nem incentivos nacionais estruturados, e a infraestrutura pública de carregamento ainda é restrita, com pouco mais de 18 mil estações disponíveis. Mesmo assim, a oferta crescente de modelos elétricos e híbridos plug-in, principalmente trazidos por marcas chinesas, tem sido suficiente para impulsionar a demanda. BYD, GWM e GAC lideram essa expansão, oferecendo carros com autonomia elevada e preços mais competitivos.
Do InsideEVs