Marcas chinesas querem carros ainda mais baratos com produção local

Inauguração das fábricas da GWM em Iracemápolis (SP) e da BYD em Camaçari (BA) simbolizam nova etapa da “invasão” chinesa

As inaugurações das fábricas da Great Wall Motor (GWM, em Iracemápolis (SP) e da BYD, em Camaçari (BA), marcaram a estreia oficial da produção chinesa de veículos no Brasil. Empresas que esbanjam tecnologia e assumem a liderança na venda de modelos elétricos e híbridos recarregáveis em tomadas assumem, agora, o protagonismo de um novo capítulo da história da indústria automobilística no país.

No primeiro semestre, as vendas de eletrificados cresceram 46,8%, quase dez vezes mais do que o mercado total. Desse montante, 63,5% dos carros comercializados foram de marcas chinesas, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). A GWM iniciou a produção local da família Haval H6 em uma fábrica que foi construída pela Mercedes-Benz e operou até 2020 sob comando da marca alemã.

Começou com a importação de peça por peça para acelerar a nacionalização e, assim, criar uma base de exportação regional. À época da inauguração já tinha 18 fornecedores locais credenciados. A operação da BYD, por sua vez, começa com a montagem do hatch elétrico Dolphin Mini, do SUV híbrido Song Pro e o sedã médio King. Os novos BYD serão feitos nos arranjos CKD (totalmente desmontados) e SKD (parcialmente desmontados), com baixo nível de nacionalização.

O consumidor brasileiro, antes fiel às montadoras tradicionais, aceita marcas como Zeekr ou Omoda & Jaecoo — nomes difíceis de pronunciar, mas seus produtos são cada vez mais vistos nas ruas. E o que parecia improvável, carros chineses disputando mercado com alemães premium, já acontece. Além disso, se antes montadoras ocidentais questionavam a concorrência dos chineses, hoje se juntam a eles. Parcerias como Renault-Geely e Stellantis-Lepmotor indicam o avanço de colaborações estratégicas, uma vez que os chineses dominam a transição eletrificada.

Do AutoEsporte