Acordo entre Brasil e China reduz pressão sobre falta de chips na indústria de carros

Anfavea diz que abastecimento começa a voltar ao normal após negociação diplomática feita com a China

O alinhamento entre o governo brasileiro e autoridades chinesas para garantir o abastecimento de chips no mercado nacional começa a reduzir a pressão sobre as montadoras de veículos. Na avaliação da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o risco de falta desses componentes ainda existe, mas as tratativas diplomáticas realizadas nos últimos conseguiram aplacar o estresse no setor, que já analisava a possibilidade iminente de paralização de linhas de produção.

“Na sexta-feira, as fabricantes de veículos começaram a ser avisadas pelos fornecedores de que a autorização para importação de chips está sendo retomada aos poucos. Com isso, o risco de paralisação em nossas fábricas diminuiu”, diz Igor Calvet, presidente da Anfavea. Dois fatores contribuíram para isso, segundo o executivo. Primeiro, houve a liberação pela China da importação de chips por empresas que operam no Brasil e que têm fábrica em solo chinês.

Outra ação é a “licença especial” concedida pelos chineses às empresas brasileiras, para terem uma linha direta de acesso aos componentes. Há cerca de uma semana, o governo chinês concordou em analisar a concessão de uma autorização especial às empresas brasileiras que estiverem com dificuldades para importar os chips.

A produção desses minerais é altamente concentrada em poucos países, como a China, que controla grande parte da mineração, refino e processamento, influenciando diretamente as cadeias globais. Hoje a China responde por cerca de 70% da mineração mundial de terras raras, mais de 90% do refino e quase 100% da produção de ímãs permanentes, segundo informações da IEA (Agência Internacional de Energia).

Da Folha de São Paulo