Agora sim, uma verdadeira invasão de montadoras chinesas no Brasil

Seis novas marcas chinesas chegam de uma só vez e aceleram a transformação do mercado brasileiro

Em pouco mais de um mês, tivemos a chegada de nada menos que seis novas marcas automotivas ao Brasil: MG Motor, Renault-Geely, Caoa Changan, Jetour, Denza e Leapmotor — todas chinesas, estreando por aqui com operação própria, por meio de parcerias ou joint ventures. Entendemos essa ofensiva como um terceiro ato, que vem após a estreia impactante das marcas chinesas já estabelecidas BYD e GWM, que vêm consolidando sua presença no mercado com ampliação de rede, aumento de participação, recordes de vendas de eletrificados, lançamentos recorrentes e início de produção nacional.

E chamo de terceiro ato porque o segundo movimento aconteceu ainda na década passada, com a estreia da Caoa Chery — um modelo de negócio com marketing e preços agressivos, produção nacional e melhora perceptível na qualidade, que definitivamente emplacou em nosso mercado e ajudou a quebrar o estigma das marcas chinesas.

Quando a dupla BYD e GWM estreou com força, rapidamente dominando o segmento de híbridos e elétricos, houve pânico e surpresa por parte da indústria já estabelecida, dada a velocidade e a assertividade na implementação de suas operações por aqui, com estratégia de marketing forte, aproximação dos consumidores brasileiros e um novo patamar de preços mais acessíveis para modelos eletrificados — algo inédito até aquele momento.

Passada a euforia inicial, essas duas marcas ajudaram a derrubar de vez o estigma de que as chinesas ofereciam produtos completos, porém inferiores em qualidade e durabilidade. Primeiro veio o preço competitivo, depois a qualidade e a tecnologia e, por fim, a segurança, que teste após teste se mostrou superior à das marcas “já estabelecidas”. Estamos diante de uma grande mudança na história da indústria automotiva. Nela, montadoras tradicionais estão reavaliando seus planos, mudando estratégias, investindo mais em eletrificação e acelerando a adoção de tecnologia — algo que não seria tão rápido se não fosse pela “ofensiva chinesa”.

Do Motor1