“Parem de nos matar”: Sindicato participa de ato na Paulista contra Feminicídio

Mobilização tomou ruas do país contra escalada da violência. Protesto exigiu responsabilidade do poder público

A mobilização nacional Mulheres Vivas levou milhares de pessoas às ruas da capital paulista em um grito coletivo contra o feminicídio: “Parem de nos matar!”. A concentração ocorreu domingo, 7, nas imediações do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, onde cartazes, palavras de ordem, lágrimas e silêncios traduziram a revolta diante de uma violência que mata, ao menos, quatro mulheres por dia no país. O ato contou com a participação do Sindicato, reforçando que essa é uma luta que atravessa toda a classe trabalhadora.

Para a diretora executiva dos Metalúrgicos do ABC, Andrea Sousa, a Nega, esta foi mais do que uma manifestação, foi um grito de sobrevivência. “O feminicídio cresce de forma absurda e isso não pode ser naturalizado. Ocupar as ruas é a principal forma de pressionar o poder público por políticas eficazes”, afirmou. Segundo ela, a violência se espalha como uma epidemia, alimentada por discursos de ódio, misoginia e pelo avanço do extremismo, inclusive nos espaços de poder.

Andrea também denunciou os cortes nos recursos destinados ao combate à violência contra as mulheres pelo governo do estado de São Paulo e reforçou que políticas públicas salvam vidas. “O resultado está aí: mais mortes, mais medo, mais famílias destruídas”, disse. Ela lembrou ainda que dois casos recentes de feminicídio na região – um deles envolvendo a família de um trabalhador na Mercedes – mostram que essa tragédia está dentro da própria categoria.

“Essa luta não é só das mulheres. É de todos nós. Queremos mulheres vivas. Nenhuma a menos”, avisou.