A 5ª série na saúde

Eu fiz escola pública. A primeira vez que tive alguma aula referente à saúde foi no segundo grau e era uma matéria inteira. O que seria impossível na minha quinta série.

A quinta série, geração após geração, é um ano de bagunça pura. De um professor passei a vários, com intervalos entre as aulas, com a rebeldia aflorando. Bagunça, agitação, ideias erradas, mas sempre reativas: “está tudo errado”.

E no governo do inelegível, com apoio de pessoas despolitizadas, facilmente ludibriáveis e mau-caráter, ele implantou a política da extrema direita.

A política da direita sempre foi ‘tudo pro empresário, nada para o trabalhador’. E nesse tom, ora chamado de polarização, para fazer dois polos e tentar colocar na cabeça das pessoas que só há certo e errado, preto e branco, bons e ruins, nós e os outros.

A extrema direita joga com a ideia de que não basta se opor ao outro lado, mas sim exterminá-lo. E as ideias deles parecem exatamente da quinta série: para acabar com a pobreza, basta não ter pobres. Se ali tem enchente, por que reconstroem ali?

E estes elegeram muitos deputados e senadores. A CCJ aprovou um Projeto de Decreto Legislativo, simplesmente para não incluir a vacinação da COVID no calendário anual.

Em um mundo onde não se entra em outros países sem esta vacina, estes deputados acham que têm o direito de decidir se os filhos dos outros vão ou não ser vacinados. Mas sabe o que realmente querem?

Óbvio descarado: eles querem incutir a dúvida e a baderna, para atrapalhar o governo (primariamente) e toda a população, já que a maioria dos 203 milhões de brasileiros são pobres.

Mas e eles, o 1% rico? Fazem como o deputado Nikolas, que para ir em um protesto contra a vacina da COVID, se vacinou (jan/22). Ou outros, que foram aos EUA tomar a vacina de graça, quando aqui ainda não havia.

E atualmente, o que fazem? Tomam vacina na rede particular, onde laboratórios, clínicas e até farmácias já oferecem o serviço, pago.

Departamento de Saúde do Trabalhador e Meio Ambiente