A alegria de encontrar serviço
A taxa de desemprego no ABC diminuiu de 19,2% para 18,1% em dezembro. É apenas 1,1%, mas a alegria de quem sai desta estatística é muito difícil de ser descrita. “Ah, cara! Eu pulava, gritava, chorava, tudo ao mesmo tempo. Uma loucura!”, reagiu Ana Paula Dalla Rosa, que procurava desde 1999 e conseguiu colocação em janeiro passado. Já Noemi Machado agora é só esperança: “Saí de uma situação muito penosa para uma de extrema confiança”.
Ana Paula, 21 anos, se formou no magistério mas resolveu não dar aulas. Falta de experiência e de registro em carteira foram obstáculos intransponíveis para conseguir emprego. “Procurei bastante, muito mesmo. Mandei centenas de currículos. Fiz mais de 200 psicotécnicos. E nada”.
Sem esperança, desistiu. No final do ano passado, o ex-namorado, também sem emprego, convidou-a para ir na Central de Trabalho e Renda (CTR) da CUT. Três meses depois era assessora de marketing em uma escola de idiomas e já aguarda promoção. “É uma pauleira, mas nem dá para comparar com antes”, afirma.
Sócia – Noemi costura desde os 17 anos, mas sua vida começou a complicar há três anos quando, com 39, separou-se do marido. “Tive que ir morar com minha mãe levando dois filhos. Passei a procurar emprego e não consegui nada. Fiquei muito mal”, lembra. Fez bicos de costura que nem garantiam a subsistência. “Estava para baixo mesmo”, confessa.
Até que conseguiu um trabalho numa oficina de roupas de segurança, da qual tornou-se sócia. “Está muito difícil, mas já peguei uma menina para ajudar e vamos montar uma confecção mesmo”, garante Noemi, entusiasmada. “Minha vida mudou totalmente”.