“A ambição do homem está matando o planeta e, por consequência, o planeta vai acabar matando o homem”

Mais uma frente fria está se aproximando do Brasil, trazendo fortes tempestades.  Ações contundentes para combater as mudanças climáticas são urgentes

Calor extremo durante um período prolongado, temperaturas em desacordo com as estações do ano, chuvas que causam grandes inundações, secas, queimadas, temporais com fortes trovoadas e rajadas de vento. Essas são algumas das respostas dadas pelo planeta em função do tratamento recebido pela ação humana ao longo dos últimos anos.

A Defesa Civil do Estado de São Paulo emitiu um aviso de risco meteorológico entre hoje e domingo, a exemplo do que ocorreu na semana passada. Conforme a previsão, uma frente fria está se aproximando do Brasil, trazendo fortes tempestades e alertas de chuvas volumosas.

Há anos, entidades em defesa do clima e do meio ambiente alertam para a necessidade de uma mudança radical de postura dos países que mais emitem poluentes. Em 2015, pela primeira vez na história, governos de 55 nações acordaram conjuntamente em unir esforços para combater as alterações climáticas, firmando o Acordo de Paris.

Durante este ano em que está na presidência temporária do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, o Brasil propôs uma Força-Tarefa para Mobilização Global contra a Mudança do Clima.

Ação e conscientização

Foto: Adonis Guerra

O secretário-geral do Sindicato, Claudionor Vieira, ressaltou que são necessárias ações mais contundentes.  “É preciso conscientização por parte dos governos com responsabilidade e investimentos necessários para impedir esse crescimento de forma monstruosa da degradação do meio ambiente. As grandes potências devem se debruçar sobre essa questão com metas mais ousadas, tomar medidas enérgicas e contundentes”.

O dirigente também destacou a importância da conscientização individual e coletiva. “A destruição do planeta é a autodestruição da humanidade. É preciso pensar em que mundo queremos viver e como será nossa vida daqui para frente. Além dos governantes, o povo também precisa se conscientizar e se preocupar mais com a questão climática. A ambição do homem está matando o planeta e por consequência o planeta vai acabar matando o homem”.

“O preço que o povo está pagando é muito alto, o planeta já não está mais suportando, enquanto o sistema só pensa em lucrar. Lucro esse que talvez seja insuficiente para cuidar da saúde, já que com essas alterações cada vez mais crianças nascem com problemas de saúde ou desenvolvem doenças respiratórias e outras. De que sentido faz ter tanto dinheiro se não terá como gastar?”, questionou.

Comitê para monitorar e enfrentar situações de emergência

Ontem, o Consórcio Nordeste anunciou a instalação de um comitê que pretende monitorar e enfrentar situações de emergência climática nos nove estados nordestinos que o compõem. A expectativa é a de viabilizar assessoramento técnico especializado a seus nove estados-membros, além de promover cooperações e estruturar políticas públicas que fortaleçam a resiliência climática do Nordeste. 

“Estudo do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) mostra que se o Brasil tivesse seguido as diretrizes do Comitê Científico do Nordeste que foram aplicadas pelos governadores da região em seus estados, 250 mil vidas poderiam ter sido salvas, evidenciando o impacto positivo da ciência na preservação de vidas”, diz o divulgado pelo Consórcio.

Com informações da Agência Brasil