A antiga e a nova escravidão

A nova escravidão é hoje mais vantajosa para os empresários que na época do Brasil Colônia. Pelo menos do ponto de vista financeiro e operacional.

O sociólogo norte-americano Kevin Bales traça em seu livro Gente Descartável: A Nova Escravidão na Economia Mundial, paralelos entre esses dois sistemas:

Brasil Escravidão no Brasil colônia Nova Escravidão
Propriedade legal de escravos Permitida Proibida
Custo de aquisição de mão-de-obra Alta. Bales afirma que, em 1850, um escravo podia ser vendido por uma quantia equivalente a R$ 120 mil. Muito baixa. Não há compra e, muitas vezes, gasta-se apenas com o transporte
Mão-de-obra Escassa. Dependia de tráfico negreiro, prisão de índios ou da reprodução dos próprios escravos Descartável, porque é formada por grande contingente de trabalhadores desempregados
Lucros Menores que hoje, pois haviam custos com a manutenção dos escravos Altos. Se alguém fica doente pode ser mandado embora, sem nenhum direito
Tempo Longo período. A pessoa era escrava a vida inteira, inclusive seus descendentes Curto período. Terminado o serviço, o trabalhador é abandonado
Diferenças étnicas Relevantes para a escravização. A Igreja Católica, por exemplo, permitia a escravidão de negros apenas pelo critério da cor Pouco relevantes. Os escravos são pessoas pobres e miseráveis, independente da cor da pele
Manutenção da ordem Ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos Ameaças, violência psicológica, coerção física, punições exemplares e até assassinatos